Presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, veio a público insurgir-se contra a “judicialização da política” e condena “atitude repressora do Governo espanhol.
Com Barcelona a ‘ferro e fogo’, a presidente da Câmara de Barcelona criticou em conferência de imprensa os “actos gravíssimos e sem precedentes que atentam contra a soberania da Catalunha e contra as suas instituições” e não teve meias palavras no apelo à população: “Barcelonenses, não tenham medo e saiam às ruas para defenderem instituições do governo autónomo”.
Citada por vários órgãos de comunicação social espanhóis, Ada Colau referiu que a sua obrigação passa por colocar-se “ao lado das instituições, do Governo” e “em defesa do Governo autónomo e das suas instituições”, tendo ainda saudado “as acções que estão a ser levadas a cabo em defesa deste Governo autónomo assim como das instituições catalãs”.
Esta quarta-feira, e a onze dias do referendo para a independência da Catalunha, o Governo de Madrid realizou buscas em três ministérios da Generalitat: Economia, Negócios Estrangeiros e Presidência. O objectivo era investigar o envolvimento destas entidades na organização de uma consulta popular ilegal pela independência da região, desafiando a ordem do tribunal de suspensão deste acto eleitoral. As tensões já estavam elevadas, e mais ficara, após a detenção de Josep Maria Jové, secretário-geral do vice-presidente catalão, Oriol Junqueras.
Durante a intervenção da Guardia Civil, o presidente da Assembleia Nacional Catalã, Jordi Sánchez, usou o Twitter para apelar à resistência pacífica. “É chegada a altura – vamos resistir pacificamente; vamos para a rua defender as nossas instituições”. Oriol Junqueras afinou pelo mesmo diapasão, acusando a polícia espanhola de atacar as instituições catalãs e, por conseguinte, os seus cidadãos. “Não o permitiremos”, terá referido, citado pela BBC. Durante a acção da polícia espanhola, cerca de 200 pessoas tentaram bloquear o acesso a uma das instituições visadas por estas buscas, o que resultou em alguns confrontos com as autoridades.