Uma equipa de investigadores, incluindo o português Delfim Duarte, concluiu num estudo recente que as células da leucemia, um tipo de cancro do sangue, “fogem” e resistem à quimioterapia porque movimentam-se de forma rápida na medula óssea, sem se fixar num sítio específico.
Uma das teorias avançadas para explicar a resistência desta leucemia agressiva ao tratamento inicial, a quimioterapia, e a sua reincidência é a capacidade de os tumores se protegerem em locais específicos da medula óssea.
“[Contudo,] surpreendentemente, verificámos que, ao contrário do que tinha sido proposto anteriormente, as células de leucemia são extremamente rápidas e não têm localização preferencial na medula óssea. Ou seja, de forma simplificada, a leucemia ‘foge’ e resiste à quimioterapia”, sustentou à Lusa o investigador Delfim Duarte, a realizar o doutoramento em leucemia e microambiente da medula óssea, no Imperial College de Londres.
A equipa usou uma “técnica inovadora” de observação ao microscópio, in vivo, em ratinhos com leucemia linfoblástica aguda de células T. A técnica, explicou Delfim Duarte, hematologista no Instituto Português de Oncologia do Porto, “permitiu seguir, pela primeira vez, e em tempo real, as células de leucemia dentro da medula óssea”, possibilitando “estudar o seu comportamento (movimento e estruturas com que interagem) e a sua localização”.
Fonte: Lifestyle