O Theatro Circo apresenta esta segunda-feira, pelas 21h30, no Pequeno Auditório, a ‘A fábrica de nada’, filme assinado por Pedro Pinho, que apresenta a película.
Estreado no Festival de Cannes, no passado mês de Maio, ‘A fábrica de nada’, um filme operário, um objecto híbrido e uma reflexão política sobre a crise, venceu o Prémio Fipresci, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a que se seguiu o prémio CineVision, em Junho, em Munique, para melhor novo filme.
‘A fábrica de nada’, com três horas de duração, é interpretado por actores e não actores e segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão colectiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.
O filme de ficção, produzido pela Terratreme, foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro ‘A fábrica de nada’, de Judith Herzberg.
No festival de Munique, o júri considerou o filme “um drama comovente, um musical peculiar, um documentário preciso, um ensaio desafiador – compre quatro por um com este excelente filme em tempos de turbo capitalismo”.
Em Cannes, o filme de Pedro Pinho foi considerado também o melhor de todas as secções do festival, de acordo com a soma final dos críticos presentes no evento, sendo só superado pela série televisiva ‘Twin Peaks’, de David Lynch.
‘A fábrica de nada’ teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores, secção paralela do Festival de Cannes.
Na história desta secção, Pedro Pinho foi o segundo realizador português a receber o prémio da crítica, depois de Manoel de Oliveira, em 1997, com ‘Viagem ao princípio do mundo’.
Em Cannes, o director artístico da Quinzena dos Realizadores, Edouard Waintrop, destacou ‘A fábrica de nada’ pelo “uso de uma variedade incrível de géneros cinematográficos: é praticamente um ‘thriller’ no início, tornando-se íntimo, político, social, fazendo um breve desvio para a comédia musical.”
Sinopse: Uma noite um grupo de operários percebe que a administração está a roubar máquinas e matérias- primas da sua própria fábrica. Ao decidirem organizar-se para proteger os equipamentos e impedir o deslocamento da produção, os trabalhadores são forçados – como forma de retaliação – a permanecer nos seus postos sem nada que fazer enquanto prosseguem as negociações para os despedimentos. A pressão leva ao colapso geral dos trabalhadores, enquanto o mundo à sua volta parece ruir.
FG (CP 1200)