Numa breve declaração ao país, o primeiro-ministro espanhol agradeceu “de uma maneira muito especial” à Polícia Nacional e à Guardia Civil.
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, declarou este domingo que “não houve um referendo de autodeterminação” na Catalunha e que a “grande maioria” dos catalães recusou “participar no guião dos separatistas”.
“Hoje não houve um referendo de autodeterminação. Hoje todos os espanhóis constataram que o nosso Estado de Direito mantém a sua força e a sua vigência”, declarou o líder do Governo espanhol, numa declaração no Palácio da Moncloa, em Madrid.
Na sua intervenção, de cerca de 13 minutos, sem direito a perguntas, Rajoy nunca fez referência aos atingidos nas cargas policiais que ocorreram em vários locais da Catalunha e que, segundo o executivo regional, provocaram mais de 800 feridos.
“Teria sido mais fácil para todos olhar para o lado enquanto se perpetrava um ataque tão grave à nossa legalidade, nas não o fizeram. Todos responderam com lealdade ao seu compromisso com a democracia e Estado de direito”, sustentou.
“Fizemos o que tínhamos de fazer. Somos o Governo de Espanha e eu sou o presidente do Governo. Assumi a responsabilidade. Cumprimos com a nossa obrigação, atuámos com a lei e somente com a lei”, defendeu Rajoy.
O primeiro-ministro espanhol agradeceu “de uma maneira muito especial” à Polícia Nacional e à Guardia Civil, que “cumpriram a sua obrigação e mandato”, sem qualquer referência aos feridos nas cargas policiais na Catalunha.
“Agradeço aos partidos políticos que mostraram a sua lealdade para com o Estado, aos juízes e procuradores que aplicaram a lei sem receios dos assédios antidemocráticos, e de uma maneira muito especial às forças e corpos de segurança do Estado, à Polícia Nacional e à Guardia Civil, que cumpriram a sua obrigação e mandato”, afirmou o chefe do Governo espanhol, numa declaração a partir de Madrid.
Mariano Rajoy sublinhou que “a grande maioria do povo da Catalunha não quis participar no guião dos secessionistas” e demonstrou que “são gente de lei no mais nobre sentido”, agradecendo-lhes “muito especialmente” pelo que considerou as “provas de um grande civismo”.
Rajoy sublinhou que “os responsáveis destes acontecimentos, dos que tiveram lugar hoje, são única e exclusivamente os que promoveram a violação da legalidade e a ruptura da convivência”, acrescentando: “Não procurem mais culpados, não existem”.
O primeiro-ministro espanhol defendeu que o executivo catalão, que promoveu a consulta popular, considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional, teve “muitas oportunidades para abandonar o seu empenho ilegal”.
“Eu tentei, pedimos muitas vezes, não o quiseram, não nos escutaram. Espero que o façam agora e que não insistam no erro, e que recusem dar novos passos num caminho que não conduz a lado nenhum”, afirmou.
O chefe do Governo destacou que agora é o momento de “começar o restabelecimento da normalidade institucional” e anunciou que vai “convocar as forças políticas com assento parlamentar” para uma reflexão conjunta sobre “um futuro” que também exige uma resposta conjunta.
Assim, Rajoy pedirá já esta segunda-feira a sua comparência no Congresso dos Deputados (parlamento espanhol).
O líder do Governo de Madrid destacou ainda o “apoio sem fissuras” da União Europeia e da comunidade internacional.
Fonte: TSF