O grupo empresarial dst, a Universidade do Minho, o Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) e o Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S), inauguram esta sexta-feira, no campus de Gualtar em Braga a obra de arte ‘Artes, Humanidades e Engenharia’, uma escultura da autoria de Raúl Ferreira, em homenagem ao Professor Vítor Aguiar e Silva, docente catedrático da UMinho.
A escultura, com cerca de três metros de altura, um de profundidade e peso estimado de três toneladas, envolveu as equipas do IB-S e do grupo dst, sob coordenação da ‘shairart’ e do artista convidado, as quais, em pouco mais de um mês, ‘construíram’ uma peça única e ambiciosa. A peça escultórica diz o Reitor, António Cunha “exalta o livro e a sua importância civilizacional”.
A cerimónia inaugural realiza-se às 12 horas, no Complexo Pedagógico II do Campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga, com a presença do ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes.
“É a simbiose dos tempos de aprender, ensinar e investigar que assinalaremos com a peça escultórica que será inaugurada no dia 20 de outubro” assinala o Reitor, acrescentando, ainda, a propósito da homenagem ao Professor Vítor Aguiar e Silva: “é também o vínculo entre pessoas e saberes que singularizaremos no reconhecimento de um dos atores da nossa Comunidade Académica que melhor sabe falar com os livros, escrever sobre eles e ensinar-nos como isso deve ser feito.”
‘Artes, Humanidades e Engenharia’ – obra de arte e ideia de futuro assente na economia circular.
A convite do grupo dst, mecenas da obra de arte, Raúl Ferreira, artista plástico representado pela ‘shairart’, projetou esta escultura com recurso a um resíduo que ganhará uma nova vida numa função em que é o ator principal, através da investigação e desenvolvimento pelo IB-S, em parceria com o grupo dst.
Habituado a utilizar ligante tradicional na sua produção artística, Raúl Ferreira foi desafiado a recorrer a um material que corresponde a uma lógica de sustentabilidade, descartando o anterior.
O resultado deste desafio é a escultura ‘Artes, Humanidades e Engenharia’, estrutura que remete para uma logica à maneira da arquitetura clássica, em arco de volta perfeita, encerrada com um livro aberto, numa sugestão ao fac-simile d’Os Lusíadas, publicado sob coordenação do Professor Vítor Aguiar e Silva, que dedicou grande parte da sua vida ao estudo d’Os Lusíadas e de Camões.
O livro é esbelto e de geometria muito complexa, demasiado exigente para um betão convencional. Para além do resíduo, que nesta nova vida será o material do futuro, o escultor recorreu à utilização do ECC, um betão especial reforçado com fibras e desenhado à microescala, com capacidades autorregenerativas, o que o torna num material bastante avançado e de comportamento complexo. A peça é, por isso, uma criação artística única e inovadora.
Luís Moreira (CP 8078)