Um grupo de advogados, entre os quais alguns bracarenses, reúne-se dia 27 em Coimbra para constituir a Associação Nacional dos Advogados Portugueses (ANAP). Para “defender a classe dos advogados face aos novos desafios impostos pela evolução da sociedade. E lutar contra o seu empobrecimento.
“Não somos contra a Ordem, cujos órgãos respeitámos e apoiamos, mas entendemos que a classe enfrenta novos desafios que exigem uma resposta própria”, disse o jurista José Madeira Amorim, um dos promotores da iniciativa.
A futura associação conta, à partida com um universo de 460 advogados, que aderiram ao site criado no facebook para o efeito: “optámos por Coimbra por ser o centro do país”, frisou.
A assembleia constituinte da ANAP irá criar uma Comissão Permanente que irá preparar os estatutos e os futuros passos legais para a sua formalização.
O jurista, com escritório em Pinhal Novo, sustenta que os advogados estão a empobrecer de forma galopante, como se comprova com o facto de muitos terem desistido da profissão e outros terem fechado o escritório e passado a trabalhar em casa por não conseguirem pagar as despesas.
Acrescentou que, por outro lado, muitos dos que ainda conseguem trabalhar se defrontam como enormes dificuldades de tesouraria, por haver cidadãos e empresas que não lhes pagam os honorários.
“Sentimos necessidade de organizar a classe e fazer alguma coisa face à difícil situação de muitos de nós”, sublinha, dizendo que a ANAP quer ser mais um interlocutor no debate sobre os desafios que se colocam à advocacia.
O jurista insiste na garantia de que a ANAP não será “anti-Ordem”, que classifica como “o nosso organismo, há 91 anos, enquanto profissionais liberais”, mas assegura que, em paralelo, irá trabalhar na “estrita e ativa defesa dos interesses dos causídicos.
A reunião ‘constituinte’ esteve marcada para a sala do Conselho Regional de Coimbra da Ordem, mas o local não está disponível: “pedimos a cedência do auditório da Faculdade de Direito da Universidade”, adiantou.
O Vilaverdense/PressMinho contactou a Ordem dos Advogados, mas esta, até ao momento, não se pronunciou sobre a iniciativa.
Luís Moreira (CP 8078)