A Juventude Cruz Vermelha (CV) de Braga assinalou esta quarta-feira, Dia Europeu de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, através de uma campanha de sensibilização da comunidade para esta temática nas Residências Universitárias de Santa Tecla e na sua loja social – Ponto Vermelho.
Esta campanha passou pela exposição de manequins alusivos ao Tráfico de Seres Humanos (TSH) – manequins que representam pessoas amordaçadas, mal tratadas e com claros sinais de violência.
Através destes cenários pretende-se ‘levantar o véu’ para uma realidade que, ao contrário do que muita gente julga, é um crime com expressão em Portugal, assim como alertar para o facto de que qualquer pessoa pode ser uma potencial vítima.
“Neste sentido, são necessárias e urgentes medidas de prevenção contra o TSH, principalmente em crianças e jovens”, refere a CV em nota à imprensa.
O TSH é um crime contra a liberdade pessoal que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Envolve a movimentação de pessoas entre fronteiras internacionais ou dentro de um mesmo país, com o objectivo de as sujeitar a diversos tipos de exploração. Estima-se que por ano sejam traficadas milhões de pessoas em todo o mundo.
Portugal não está imune a este fenómeno, embora esta seja uma realidade escondida no nosso país. Só em 2016 foram sinalizadas 261 presumíveis vítimas, mais 35,2% do que no ano anterior.
Das vítimas sinalizadas, 228 foram registadas em Portugal e 33 são homens e mulheres portugueses no estrangeiro (Observatório do Tráfico de Seres Humanos). Para se actuar e combater este fenómeno a nível nacional e transnacional, é necessário o máximo de conhecimento e uma melhor e maior adequação e adaptação das políticas de intervenção.
“A prevenção assume-se como um pilar fundamental para o combate ao TSH. Assente, também, nos princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a Juventude Cruz Vermelha Portuguesa não fica imune a esta necessidade. É urgente mais conhecimento e mais prevenção junto das crianças e jovens, de modo a diminuir esta realidade oculta em Portugal. Trabalhar a prevenção do TSH é trabalhar em prol da liberdade, da dignidade humana, da Carta Universal dos Direitos Humanos”, acrescenta a organização.