O professor catedrático era o único candidato depois da saída de António Cunha. É o primeiro reitor da área das humanidades desde 1984.
Rui Vieira de Castro foi confirmado esta terça-feira de manhã novo reitor da Universidade do Minho (UM). O docente do Instituto de Educação toma posse durante o mês de Novembro, para um mandato que se estende até 2021.
Aos 59 anos, o novo reitor da academia minhota assume o posto de maior relevância na universidade depois de concorrer sem oposição. É o regresso de um ‘filho da casa’ à reitoria da universidade, já que se doutorou em Educação na UM, sendo docente universitário na universidade desde 1983.
Vieira de Castro foi, nos últimos oito anos, vice-reitor do anterior titular do cargo – para a Investigação e Ensino entre 2009 e 2013, e para a Educação entre 2013 e Março deste ano -, sendo o primeiro reitor fora das engenharias desde Lúcio Craveiro da Silva (reitor entre 1981 e 1984).
Rui Vieira de Castro era, até agora, membro do Conselho Geral da UM, depois de ter abandonado o mandato de vice-reitor em Março para concorrer às eleições para este órgão de consulta do reitor, que venceu com maioria.
CONTINUIDADE
A política de continuidade com o rumo seguido pelo anterior reitor está bem patente no programa de acção de Vieira de Castro. Sob o lema ‘Mobilizar, Desenvolver, Transformar’, as 60 páginas destacam a identificação com o Plano Estratégico aprovado em 2013, desde o reforço da investigação e da ligação da universidade à sociedade, até à vontade de internacionalização que António Cunha já professava.
As novidades apresentam-se nalgumas medidas que o novo reitor pretende implementar. A requalificação e modernização dos espaços de ensino, bem como dos edifícios da universidade são uma prioridade nas infra-estruturas, bem como a criação de um plano ambiental, a promoção do transporte colectivo e de percursos pedonais ou cicláveis, em linha com a política sustentável defendida.
Escrito no programa encontra-se ainda um plano para a contratação de investigadores e a revisão do regulamento de avaliação de docentes, apesar de ainda não ser claro em que moldes estes planos serão executados.
No que respeita ao financiamento, há o objectivo claro de “aumentar as receitas próprias”, conjuntamente com uma “revisão dos gastos gerais de funcionamento”. O aumento das receitas, lê-se, será feito com recurso ao incentivo em várias áreas, como o desenvolvimento de projectos de prestação de serviços ou o aumento da qualidade da actividade científica.
NATURAL DE VIZELA
Nascido em Caldas de Vizela há 59 anos, é licenciado em Ensino de Português e Inglês pela UMinho, mestre em Linguística Portuguesa Histórica pela Universidade de Lisboa e doutorado em Educação pela UMinho.
Após uma curta experiência como docente do ensino secundário, ingressou na UMinho em 1983, onde veio a desenvolver toda a sua carreira profissional. Nesta instituição foi, nos últimos oito anos, vice-reitor para a Educação e vice-reitor para o Ensino e a Investigação.
Leccionou em diversas universidades portuguesas e estrangeiras. Foi consultor do Ministério da Educação e dirigiu vários projetos de investigação, apoiados por agências nacionais e internacionais. É autor de numerosos livros, capítulos de livros e artigos. Coordenou projetos de cooperação para o desenvolvimento em Timor-Leste.
Foi presidente da Associação Portuguesa de Linguística, diretor da Revista Portuguesa de Educação e cofundador da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, da Littera – Associação Portuguesa para a Literacia e da Sociedade Portuguesa de Didática das Línguas e das Literaturas.
FG (CP 1200) com Público