O Parlamento catalão declarou esta sexta-feira pelas 15h27 (hora espanhola, menos uma em Lisboa) a independência unilateral da Catalunha. Setenta deputados votaram a favor e dois votos em branco. Madrid promete “repor legalidade”.
Numa sessão do parlamento regional realizada esta sexta-feira, os deputados do Junts pel Si, CUP e do Catalunya Si Que Es Pot ficaram sozinhos no hemiciclo para proceder à votação secreta, uma vez que todos os deputados do PP, do PSOE e do Ciudadanos abandonaram o edifício em protesto contra o processo, alguns deixando para trás bandeiras de Espanha.
Apesar do abandono do parlamento regional por parte dos partidos contra a independência, 10 deputados regionais (os do Catalunya Si Que Es Pot) votaram contra a medida.
O resultado foi recebido com festejos por populares pró-independência que se tinham concentrado no exterior do parlamento e pouco depois foram arreadas as duas bandeiras que até então estavam hasteadas no topo do edifício, a espanhola e a bandeira oficial da Catalunha. Os independentistas costumam utilizar uma bandeira alternativa, conhecida como a “estelada”.
Poucos minutos depois da votação, o Senado espanhol aprovava a aplicação do artigo 155 da Constituição, que prevê a suspensão de uma autonomia regional, neste caso da Catalunha. Esta sexta-feira, Mariano Rajoy pediu ao Senado autorização para destituir o Governo regional da Catalunha.
Madrid rejeita totalmente o processo de independência, considerando-o ilegal e inconstitucional. A própria equipa jurídica do parlamento regional tinha avisado que o voto seria considerado ilegal e o presidente do parlamento recordou os deputados desse facto. Todos os que participaram na votação correm agora o risco de terem de responder perante a justiça espanhola.
Meros minutos após a votação, Mariano Rajoy publicou uma mensagem no Twitter, apelando à calma. “Apelo à tranquilidade de todos os espanhóis. O Estado de Direito restaurará a legalidade na Catalunha”.
A Comissão Europeia recusou pronunciar-se sobre este desenvolvimento, alegando tratar-se de uma assunto interno de Espanha.
Nenhum país europeu, nem qualquer instituição europeia, tem reconhecido ou apoiado as pretensões independentistas da Catalunha.
FG (CP 1200) com Renascença