Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) descobriram um conjunto de moléculas que podem ajudar a retardar a progressão da doença de Parkinson quando associadas à Levadopa, um medicamento já existente.
Este projecto, desenvolvido pelo grupo de Bioquímica Computacional da FCUP, tem como objectivo criar medicamentos que potenciem o efeito do fármaco Levadopa, impedindo que este seja degradado pelo organismo antes de chegar ao cérebro, que é o seu alvo, ajudando assim a retardar a progressão da doença, indicou à Lusa o investigador Pedro Fernandes.
Para descobrir estas moléculas, a equipa – que na última década se tem dedicado à descoberta de novos fármacos para doenças específicas – recorreu ao uso de supercomputadores, que vasculham bases de dados com milhões de substâncias, num período de seis meses, com um custo “muito mais baixo” do que se a tarefa fosse efectuada num laboratório tradicional.
Segundo Pedro Fernandes, a maioria dos fármacos são pequenas moléculas, ingeridas oralmente num comprimido, cujo efeito é provocado ao ligarem-se a outras moléculas existentes no organismo, designadas “receptores”, que originam doenças quando estão desregulados.
MOLÉCULA MÁGICA
No grupo dos receptores, continuou, encontram-se as enzimas, que são responsáveis por acelerar as reações químicas no organismo. No caso da doença de Parkinson, a equipa descobriu as moléculas que podem inibir uma enzima que acelera a degradação do fármaco Levadopa.
Uma vez descobertas, explicou o investigador, as moléculas foram compradas e estão actualmente a ser testadas em laboratório, numa colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, para confirmar se as previsões computacionais encontraram realmente a “molécula mágica”.
Pedro Fernandes adiantou que, caso se verifique que as moléculas detectadas são mesmo as “perfeitas” para ajudar no tratamento do Parkinson, estas podem ser a base para o desenvolvido de um medicamento.
Fonte: Sapo24