A Universidade do Minho teve o melhor resultado de sempre de uma instituição portuguesa no ‘UI GreenMetric World University Rankings 2017’, que avalia os índices de sustentabilidade ambiental das academias de todo o mundo. A UMinho surge como a primeira do país, segunda da Península Ibérica, 23.ª da Europa e 48.º no mundo.
A Reitoria adiantou que, “na primeira vez que concorreu, conseguiu a melhor marca para Portugal em oito edições do ranking e chega mesmo ao top 10 mundial na categoria ‘Educação para a sustentabilidade’”. O país está ainda representado na lista geral deste ano pela Universidade de Aveiro (413.º lugar) e pelo Instituto Politécnico de Santarém (539º), entre 616 instituições de 74 países. O pódio inclui as universidades de Wageningen (Holanda), Nottingham (Reino Unido) e Califórnia Davis (EUA). Há cinco academias britânicas no top 10.
“A UMinho está comprometida a criar uma estratégia de liderança universitária a nível global na sustentabilidade, construindo uma comunidade mais saudável, vibrante, participativa», diz o reitor Rui Vieira de Castro. Acrescenta que as instituições de ensino superior têm «uma responsabilidade adicional” na sustentabilidade, que tem sido considerada “a única solução para os desafios globais”, segundo entidades como a ONU, o Fórum Económico Mundial e o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Para o coordenador da candidatura da UMinho e então pró-reitor, Paulo Ramísio, os resultados mostram que “a sustentabilidade é uma marca identitária desta instituição e abraçada por todos, num compromisso activo para um futuro melhor”.
MARCA IDENTITÁRIA
Só no último ano, esta academia construiu dois edifícios para o Instituto de Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S), orçados em nove milhões de euros. Além disso, aplicou 2.8 milhões de euros em projectos de investigação sobre sustentabilidade (47% do total) e teve 715 publicações científicas e 59 eventos sobre o tema. Por outro lado, um quarto das 6782 disciplinas oferecidas aos quase 20.000 alunos tem conteúdos sobre sustentabilidade e criou-se até uma unidade curricular transversal neste âmbito, que é promovida pelas Escolas de Economia, Engenharia, Ciências e Ciências Sociais.
A UMinho foi também a primeira universidade do país a iniciar, em 2010, o relato público dos seus indicadores de sustentabilidade. Os Relatórios Anuais de Sustentabilidade são documentos fulcrais nesta visão de longo prazo ao identificar os impactos ambientais e socioeconómicos da instituição. Por exemplo, a academia é um elemento catalisador da região, gerando um impacto económico positivo anual de 206 milhões de euros, a que estão associados mais de 5000 postos de trabalho. Valoriza 79% dos resíduos produzidos e, desde 2010, gasta menos 80% de papel e 12% de energia total. Com base nesses Relatórios foi a primeira universidade europeia a alinhar nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a primeira do país incluída na rede International Sustainable Campus Network (ISCN) e aderiu ainda à iniciativa United Nations Global Compact.
A UMinho é também a parceira estratégica da candidatura do Município de Guimarães a Capital Verde Europeia 2020, envolvendo-se no território, aplicando investigação e integrando os vários saberes. Um fruto desta parceria é o Laboratório da Paisagem, pilar na educação ambiental concelhia, que em Outubro foi eleito ‘Projecto do Mês’ da ISCN, sendo agora o IB-S candidato àquele título.
Luís Moreira (CP 8078)