No ano passado, houve quase 80 mil acidentes nas estradas nacionais, onde morreram 432 pessoas, superando os números, ainda provisórios, de 2016 em cerca de 10%. A distracção ao telemóvel também é responsável pelo aumento da sinistralidade rodoviário.
Os números avançados pelo major Paulo Gonçalves, da divisão de trânsito e segurança rodoviária da GNR ao programa ‘Manhã da Renascença’, desta quarta-feira, são ainda mais preocupantes: no que na agora terminou foram ainda registados 1.647 feridos graves e 25 mil feridos leves.
Ou seja: “mais 42 mortos, mais 129 feridos graves e mais 1.610 feridos leves”, resumiu aquela oficial da Guarda no programa ‘Manhã da Renascença’ desta quarta-feira.
TELEMÓVEL
Paulo Gonçalves garante que os números preocupam a Guarda e diz que, mesmo não sabendo ainda o que terá causado os acidentes, os estudos indicam que “a falha humana está na origem de 90%” dos casos.
“E quando falamos de falha humana, falamos de erros de percepção, como faltas de atenção, distracção e erros de decisão”, concretizou.
Entre os motivos de distracção está o telemóvel. “É uma distracção e as distracções estão a ter muita influência nos acidentes de viação”, referiu o major.
MAIS ACIDENTES COM MOTAS
O ano passado, além de mais acidentes em geral, registou “um aumento do número de mortes na sequência de acidentes que envolveram veículos de duas rodas”.
As causas não estão apuradas, mas o major Paulo Gonçalves considera que poderão estar relacionadas com o maior número de motas a circular.
“No que à Guarda diz respeito, registámos quase 90 mortes na sequência de veículos de duas rodas e, destas, apenas 14 estão relacionadas com veículos com 125 cc. A maioria estão relacionadas com cilindrada superior a 125 – ou seja, condutores devidamente encartados”, indica, contrariando “ideias pré-concebidas, que apontavam para uma suposta lei das 125 como estando na origem destes acidentes”.
GNR INTENSIFICA FISCALIZAÇÃO
Paulo Gonçalves garante que a GNR vai “intensificar a fiscalização rodoviária de uma forma integral”, pois tem “uma grande responsabilidade no que à segurança rodoviária diz respeito e vai assumi-la”.
“Temos de adoptar medidas preventivas, porque sabemos que vai haver falhas humanas”, afirmou à Renascença Paulo Gonçalves.
Para tal, “tem de haver uma abordagem integrar e multidisciplinar”, apostando desde logo na fiscalização, “no sentido de prevenir que ocorram mais comportamentos de risco”– sabendo que são eles que “às vezes estão na origem de determinados acidentes”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)