Salvaguardar e dinamizar o comércio histórico e tradicional da cidade é o objectivo do projecto ‘Lojas com História’. O projecto, promovido pela Câmara, “reconhece a importância do comércio como um dos elementos distintivos e valorizadores da cidade nas suas dimensões social, económica e patrimonial”.
Para Ricardo Rio, este é um projecto que vai ajudar a preservar a memória da cidade. “O comércio teve sempre um papel muito relevante na vida de Braga, ocupando um lugar determinante na vida económica, social e cultural”, salientou o presidente do município durante a visita à ‘Casa Pereira das Violas’, estabelecimento situado na avenida Central que comemorou esta quarta-feira 100 anos de história e que mantém as referências originais da sua actividade comercial.
O projecto ‘Lojas com História’, que decorre da Lei n.º 42/2017 de 14 de Junho, prevê a dinamização de iniciativas que visam apoiar a preservação de estabelecimentos e entidades reconhecidos como de valor colectivo, designadamente através da aplicação de um regulamento de benefícios, incentivos e apoios de diversa natureza. A distinção é atribuída em função do apuramento técnico especializado do interesse cumulativo da actividade, bem como da existência e preservação de elementos patrimoniais materiais, culturais e históricos.
Neste âmbito, a autarquia, em articulação com a Associação Comercial de Braga, constituiu um grupo de trabalho que tem vindo a desenvolver investigação neste sector. A equipa, coordenada por José Alberto Rio Fernandes, especialista em Urbanismo Comercial, identificou 125 lojas passíveis de serem classificadas. Numa primeira fase, será proposta a classificação de cerca de 30 estabelecimentos, 15 dos quais centenários.
Todo o processo será acompanhado pelo Conselho Estratégico para a Regeneração Patrimonial e Urbana de Braga que, durante este mês de Janeiro, irá apreciar os termos do regulamento e a proposta de classificação das lojas. A apresentação pública do projecto está prevista para o mês de Fevereiro.
Para o vereador Miguel Bandeira, o comércio é uma das funções centrais mais antiga e dinâmica das cidades. “O comércio com memória humaniza a cidade e solidifica as relações entre os seus habitantes. Um comércio humanizado é um modo de relacionamento com alma, que resiste melhor à desvalorização das contingências provocada pelas mudanças constantes da vida urbana e que enfrenta melhor os novos desafios”, sustenta o vereador.