Os cristãos que residem no Egipto enfrentam níveis sem precedentes de perseguições, tendo de conviver com ataques de extremistas islâmicos a igrejas e raptos, segundo mostra um relatório da organização Open Doors, a que o jornal The Guardian teve acesso.
Na Word Watch List a organização aponta também para a Coreia como o país mais perigoso para ser cristão e para o Nepal como o país onde mais aumentou a perseguição religiosa.
Números oficiais indicam que 10% das 95 milhões de pessoas no Egipto são cristãos, dos quais mais de um milhão são ortodoxos e 250 mil católicos. No ano passado, 128 cristãos foram mortos no Egipto por professaram a fé cristã e mais de 200 tiveram de abandonar as suas casas, de acordo com o relatório da Open Doors, que justifica as ocorrências com “a saída de terroristas islâmicos do Iraque e da Síria”.
“Os cristãos no Egipto enfrentam uma barreira de discriminação e intimidação e mesmo assim recusam abdicar da sua fé”, explicou Lisa Pearce, da Open Doors, ao Guardian. “É difícil para nós a ideia de ser definido pela religião todos os dias e em todas as esferas da vida”.
“No Egipto, como em vários outros países do Médio Oriente, a religião é indicada no cartão de identidade, o que faz com que seja muito mais fácil a descriminação e a perseguição – é-se olhado de lado no emprego, é difícil de obter licenças e é-se um alvo quando se vai à Igreja”, acrescentou.
No domingo passado, os cristãos ortodoxos celebraram o Natal, com segurança reforçada depois da morte de 11 pessoas em ataques no Egipto há alguns dias. Na última Páscoa, duas igrejas foram bombardeadas, em ataques que resultaram na morte de 49 pessoas. Em Maio, foram assassinados outros 29 cristãos. Além dos ataques bombistas, raparigas cristãs têm sido raptadas e obrigadas a casar com muçulmanos. Segundo dados da Open Doors, foi o caso de, pelo menos, 15 meninas no ano passado.
Na Word Watch List a organização aponta também para a Coreia como o país mais perigoso para ser cristão e para o Nepal como o país onde mais aumentou a perseguição religiosa.
FG (CP 1200) com Jornal Económico