É um evento judicial que se repete anos e décadas a fio. E envolvendo famílias inteiras do mesmo bairro. O Tribunal de Braga vai julgar 18 pessoas por tráfico de drogas, praticado num dos prédios do Bairro Social de Santa Tecla, em Braga.
O despacho de pronúncia diz que o grupo, liderado por quatro membros da família Montolha (pai, mãe e dois filhos), se dedicava a ir buscar cocaína e heroína ao bairro do Aleixo no Porto, vendendo-o, depois, a toxicodepentes ou pequenos traficantes em apartamentos do Bloco 3 do bairro.
O Ministério Público (MP) concluiu que os quatro principais arguidos recorriam, através de “correios” à compra dos estupefacientes, não só no Porto, mas também num outro traficante em Famalicão.
Foram detetados pela PSP local a adquirir 100 gramas em Famalicão e 300 “pedras de heroína” no Aleixo.
O negócio ilegal durou, pelo menos, entre 2013 e 2016. Os Montolha recebiam os toxicodepentes no prédio, mas metiam-nos numa sala, onde consumiam, evitando assim que a Polícia os apanhasse, à saída, com o produto. De quando em vez, mudavam de casa para tentar despistar a PSP, o que não conseguiram, pois, em 2016, esta fez rusgas domiciliárias onde encontrou heroína, e coca, bem como 24,981 euros em dinheiro e vários automóveis. Verba que, o MP quer que reverta a favor do Estado por ser oriunda do tráfico.
Cinco dos 18 indiciados estão presos preventivamente.
Luís Moreira (CP 8078)
