Cerca de 40 trabalhadores da Bracicla manifestaram-se, esta quarta-feira de manhã, em frente à Câmara Municipal de Amares contra a colocação de sinalização que “impõem” horário de trabalho diferente daquele que está autorizado. Temendo pelos postos de trabalho, a porta-voz Eduarda Pinto disse “que se nada for feito, a empresa poderá ter que fazer mais reajustamentos e mais pessoas poderão perder o emprego”.
A funcionária frisou que “não estamos, nem nunca estivemos, contra os direitos dos moradores mas também não podem impedir que a empresa deixe de laborar”. Recebidos pelo vice-presidente, Isidro Araújo, os trabalhadores vão reunir para definir novas formas de protesto. Até lá, os camiões continuarão a ser estacionados em frente ao edifício municipal.
Isidro Araújo, depois da reunião, explicou aos jornalistas que “há uma decisão judicial que confirma o horário de laboração da empresa entre as 7 e as 22h00 mas impede a circulação de pesados entre as 20 e as 8h00 tal como está sinalizado. Como a decisão transitou em julgado, a sinalização passa para a “posse” do tribunal, não podendo a Câmara fazer mais nada”. É por este motivo também que, desde essa altura, que se deixou de falar em coimas e se falar em crime.
A Câmara mostrou-se ainda disponível para voltar a juntar à mesa moradores e administração da empresa, com posições extremadas, mas “se conseguir chegar a alguma solução de bom senso”. Isidro Araújo confirmou, ainda, que o presidente da Câmara se ia reunir com os proprietários dos terrenos no parque industrial com vista à criação de um acesso.
“Vamos decidir quem faz a obra: se a Câmara se os proprietários. Se formos nós a avançar queremos algumas contrapartidas». O autarca revelou que a obra só deverá concluída até ao máximo de um ano e com um custo a rondar os 500 mil euros, porque «teremos que fazer todas as infra-estruturas básicas”.
O empresário António Veloso lembrou que “se não cumprimos a sinalização corremos em processo-crime, se cumprimos a sinalização não conseguimos satisfazer o compromisso com os nossos clientes”. Em causa, está apenas o horário da manhã e não todos os dias.
“Não precisamos de sair todos os dias mais cedo, nem utilizar todos os camiões, mas se quisermos estar em Lamego, antes de um hipermercado abrir, não conseguimos cumprir o horário que está na placa”.
Nesta altura, a empresa já pagou três mil euros de multas e fez um investimento que rondou os cinco milhões de euros.
António Veloso recordou, ainda, que “a decisão da Câmara para colocar a placa, data de 2015 e a decisão judicial de 2017. Nós estamos neste processo de boa-fé. Nada nos move contra os moradores, nem nunca moveu, mas queremos trabalhar e criar mais postos de trabalho porque temos capacidade para isso”.
P.A.P. (CP 9420)