A Biblioteca Pública de Braga (BPB) apresenta até 23 de Março uma exposição documental sobre António José Saraiva, assinalando os 25 anos da morte desta figura da cultura portuguesa do século XX.
Há para ver – diz o organismo da UMinho – mais de uma centena de publicações ligadas à sua biografia e produção literária, além de evocações e artigos de imprensa. A mostra está patente no átrio desta unidade cultural da Universidade do Minho, situada na Praça do Município. A entrada é livre, todos os dias úteis, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A iniciativa insere-se no ciclo ‘Efemérides’ da BPB.
António José Saraiva (1917-1993) doutorou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e foi historiador, ensaísta e professor. Tornou-se opositor ao salazarismo, militante do PCP (donde saiu em rutura) e apoiou Norton de Matos à Presidência da República em 1949, ano em que foi preso e impedido de ensinar.
Exilou-se em França, onde foi bolseiro do Collège de France e investigador do Centro Nacional de Investigação Científica, lecionando mais tarde na Universidade de Amsterdão (Holanda). Regressou a Portugal após o 25 de Abril, sendo professor catedrático das universidades Nova de Lisboa e, depois, de Lisboa.
Tem uma obra vasta e relevante, como “História da Cultura em Portugal” e “História da Literatura Portuguesa” (com Óscar Lopes), a qual “formou gerações de estudantes em Portugal e no Brasil” e “conduziu à revisão do próprio cânone da nossa literatura”, segundo a ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima.
Publicou também estudos sobre imensos autores, como Luís de Camões, Padre António Vieira, Almeida Garrett, Eça de Queirós e Gil Vicente. Colaborou ainda numa vintena de jornais e revistas, como “Século”, “República”, “Público”, “Seara Nova”, “Vértice” e “Raiz e Utopia” (que cofundou). Foi distinguido pela Academia das Ciências e recebeu o Prémio Jacinto Prado Coelho da Associação Portuguesa de Escritores.
Luís Moreira (CP 8078)