Burlou dois empresários em quase 70 mil euros. O que lhe custou uma condenação, no Tribunal de Braga, de cinco anos e dez meses de prisão efetiva. Rafael Padeiro Gama, de 63 anos, residente em Feitosa, Ponte de Lima, fez duas encomendas, uma de brinquedos e outra de vestuário, e descarregou-as em sua casa em Amares. Mas, na hora de pagar, fugia!
O ‘comprador’ foi, agora, julgado, isto depois de, desde 2009, andar escondido da justiça. O caso envolvia, ainda, quatro outras pessoas, três delas já condenadas, a mulher e um filho do Rafael e Luciano Monteiro que emprestava a casa para a descarga das mercadorias. Um quarto arguido tinha identidade falsa, já que dizia chamar-se Luís Miguel Gama Cardoso, quando o seu nome verdadeiro é Alexandre Garcia. Vai ser julgado em separado.
A acusação englobou, ainda, dois outros crimes: o Rafael Gama – que também recorria a identidade falsa – assaltou uma casa em Cervães, Vila Verde (onde entrou com a proprietária no interior), e meteu, duas vezes, gasolina na Repsol em Ferreiros, Braga, no tanque de um veículo que conduzia sem carta.
A acusação dizia que, em março de 2009, contactou o empresário Francisco Fernandes, dono de uma empresa de venda de brinquedos na Maia. Fez uma encomenda de 28.647 euros e pediu que transportassem a mercadoria até ao parque de estacionamento do Lidl, em Vila Verde. Aí chegado, apareceu a mulher e o filho do Rafael (a Deolinda e o Luís) que pediram ao vendedor que levasse o camião a uma casa na Avenida da Cova, em Rendufe. Aí pediram-lhe que começasse a descarregar que o Rafael “estava a chegar com o dinheiro”. Feita a descarga, o Rafael telefonou ao Francisco Fernandes pedindo-lhe para ir ter com ele ao café Extremo, em S. Vicente do Bico. O que fez, mas em vão, já que não estava no local. Recebeu nova chamada do Rafael dizendo-lhe que já estava em casa, em Rendufe. Voltou para lá e viu que a mercadoria já tinha desaparecido. E nem rasto do Rafael. Chamou a GNR.
A segunda compra tem contornos idênticos…Um telefonema, com nome falso, para Alberto Santos, da Feraltêxtil, Lda, de Santo Tirso, e este deslocou-se a Amares para fazer o negócio, uma encomenda de 40 mil euros em roupa. No dia aprazado, 19 de março, repetiu-se a cena. Apareceu a mulher e a filha, descarrega-se a mercadoria e o Rafael nunca apareceu para pagar. E ainda puseram o empresário às voltas a tentar encontrar o burlão. Em maio, a GNR veio a encontrar 2.170 peças de vestuário das 16 mil «vendidas» numa carrinha em Barcelos. A sentença é proferida dentro de dias.
Luís Moreira (CP 8078)