O Sporting Clube de Braga está já a pensar na terceira fase da chamada Cidade Desportiva para a qual projeta a construção, e o posterior funcionamento, de um ‘Colégio Internacional’ destinado aos alunos das suas academias de futebol, mas aberto a estudantes da cidade e da região.
O anúncio foi feito pelo presidente do clube, António Salvador, durante a reunião realizada, esta quarta-feira, no estádio, entre os corpos sociais do clube e os vereadores e deputados municipais, e com a presença de Ricardo Rio.
Na ocasião, Salvador deu uma ideia do que diz ser “outro grande projeto para a cidade” e pediu apoio camarário para a aquisição dos terrenos.
Na reunião, vieram à tona profundas divergências entre a Câmara e a coletividade desportiva, por causa da segunda fase das obras, da também apelidada de ‘academia desportiva’ e que passam pela construção, aproveitando o esqueleto da piscina inacabada junto ao estádio, de um pavilhão desportivo.
Estiveram presentes, os autarcas da coligação PSD/CDS, do PS, da CDU e do Bloco de Esquerda; este último não faltou apesar das críticas ao facto de Ricardo Rio ter ido ao evento feitas por alguns dirigentes nas redes sociais.
Na sala, em sessão vedada a jornalistas, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse “não” às exigências do presidente do clube António Salvador, que pediu a comparticipação financeira nas obras que pretende fazer no estádio para melhorar o seu conforto. E, ao que soubemos, Salvador recusou dar como contrapartida à Câmara, como alegadamente estava combinado e foi votado em 2015 na Câmara e na Assembleia Municipal, um espaço de 800 m2, no piso inferior, do pavilhão que está previsto para a estrutura da inacabada piscina olímpica. Que serviriam para a prática de ginástica.
No caso do estádio, Salvador ‘avisou”’que, se a Câmara não ajudar financeiramente nas obras, o clube não as fará. E colocou mesmo a hipótese de o SCBraga vir a fazer o seu próprio estádio. E o mesmo fez com a recuperação da piscina – o mamarracho atual junto ao estádio, onde o executivo de Mesquita Machado ‘enterrou’ oito milhões. Isto é, sustenta o SCBraga, “mais vale fazer um pavilhão de raiz para a coletividade do que estar a aproveitar o esqueleto velho da piscina”. Ou seja, no seio da Direção há a convicção de que “não faz sentido” investir uns milhões num pavilhão e ter de o ceder, ainda que parcialmente, ao Município, para atividades de ginástica.
RIO NÃO PAGA NADA!
As mesmas fontes garantiram ao Vilaverdense/PressMinho que Ricardo Rio foi direto na resposta: “A Câmara não investe nem mais um cêntimo no estádio”. E pediu ao clube que decida se quer ou não ficar com a piscina inacabada para a transformar em pavilhão.
Acrescentou que, se o SCBraga não quiser a piscina, a Autarquia avança para a transformação do atual esqueleto de betão em pavilhão municipal. Sobre o estádio, lembrou que, dos cofres do município, saem, ainda, 7,5 milhões por ano para o pagar e que custou 150 milhões. E que, quem dele beneficia, gratuitamente, é o Sporting de Braga.
CONSENSO?
No final da reunião, quer Rio quer Salvador disseram aos jornalistas que iriam procurar um consenso. Outros falaram em “equilíbrio”. Do lado da Câmara exige-se o cumprimento das contrapartidas aprovadas em Assembleia Municipal. Ou uma solução alternativa. Já o SCBraga parece rejeitar esta hipótese, dizendo que nunca concordou “nem há nenhum compromisso escrito, com o espaço para a ginástica”. E lembra a importância da ‘Cidade’ para a cidade e a região.
A 2.ª fase da ‘Cidade Desportiva’ envolve 11 milhões de euros e tem um mini-estádio, zona residencial e administrativa, museu e loja.
Entretanto, o clube começou a construir mais dois relvados desportivos, e ficará com dez, mais um de futebol de praia.
Luís Moreira (CP 8078)