Uma das mais populares e mediáticas vereadoras do Rio de Janeiro foi assassinada com vários tiros na cabeça na madrugada portuguesa desta quinta-feira.
Marielle Franco, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), seguia numa viatura com uma assessora que sobreviveu ao ataque e um motorista que também morreu alvejado. O homicídio foi aparentemente calculado com minúcia e levanta suspeitas por ocorrer num momento em que Marielle Franco protestava contra a violência da Polícia Militar.
A morte de Marielle Franco, a quinta vereadora mais votada no Rio, foi recebida com choque nacional e internacional. Esta quinta-feira preparavam-se grandes manifestações contra o seu homicídio e contra a violência da polícia nas favelas, um dos temas mais queridos a Marielle Franco, que apenas este fim-de-semana realizou protestos em alguns dos bairros mais pobres da cidade contra as operações militares e policiais na zona. “Parem de nos matar”, escreveu no Twitter.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro está há cerca de um mês sob comando do exército e governo, num plano extraordinário de resposta à criminalidade nas favelas, que disparou pela altura do Carnaval.
Esta quinta-feira, o ministro brasileiro da Justiça garantiu que nada vai mudar nas operações militares, mas pediu, assim como o presidente brasileiro Michel Temer, uma investigação rigorosa ao assassinato. “Foi um acto de extrema cobardia”, disse o presidente.
A especulação, no entanto, apoderou-se com força do debate sobre o homicídio de Marielle Franco. A assessora, que sobreviveu ao ataque, contou à polícia que o assassinato foi levado a cabo por dois homens armados, encapuzados e saídos de um carro com vidros negros fumados, o que parece sugerir um homicídio premeditado. As suspeitas recaem sobre grupos polícias que formam milícias ilegais nas favelas para fazerem segurança privada.
FG (CP 1200) com SOL