O corpo do antigo militar vilaverdense Aquilino Silva Gonçalves, falecido em Angola em 1961, deve ser trasladado para Portugal na próxima semana, graças a Carlos Rosa, um português dedicado a repatriar os restos mortais de ex-combatentes da Guerra Colonial, indicou esta sexta-feira à agência Lusa a irmã mais nova deste antigo soldado do Exército.
Aquilino Gonçalves fazia parte de uma família de 11 irmãos e completaria este ano 78 anos e será sepultado no cemitério de Ponte de São Vicente, Vila Verde, a sua terra natal.
“A campa foi descoberta em 2005”, indicou Otília Gonçalves, ano em que a irmã do militar começou a desenvolver diligências no sentido de repatriar o corpo.
Os apelos desenvolvidos, designadamente junto da Liga dos Combatentes e do Estado português, sucessivos chefes de Estado e Governo, entre outros responsáveis, não tiveram resultados.
Otília Gonçalves contou ainda à agência Lusa que há “cerca de um ano” expôs o caso, pessoalmente, ao actual Presidente da República, solicitando-lhe que não esquecesse “os militares falecidos em combate” nas ex-colónias, mas Marcelo Rebelo de Sousa não se pronunciou acerca do assunto até hoje.
A irmã mais nova de Aquilino esclareceu que o processo de trasladação do corpo de irmão custa à volta de oito mil euros, 6,5 mil dos quais para o Estado angolano e cerca de 1,5 mil euros para a funerária, sem o apoio do Estado português, ou qualquer outra entidade.
O repatriamento do corpo de Aquilino Gonçalves só é possível graças aos esforços que entretanto têm sido desenvolvidos por Carlos Rosa, um cidadão português que vive em Angola desde 2009 e que nos últimos seis anos tem-se dedicado a seguir o rasto de ex militares cujos restos mortais nunca chegaram a ser recuperados pelas famílias em Portugal.
A irmã do militar falecido destacou que sem o envolvimento de Carlos Rosa “jamais isto seria possível”.