A polícia espanhola desmantelou esta sexta-feira uma rede que exportava ilegalmente enguias-de-vidro para a Ásia, que era dirigida por cidadãos chineses em Espanha e tinha ramificações em Portugal, onde a organização se queria também instalar.
Numa operação da Guardia Civil foram detidas dez pessoas – quatro de nacionalidade chinesa, três espanhola e três marroquinas – e feitas buscas em edifícios nas regiões espanholas das Astúrias e Cádiz, onde foram apreendidas 364 embalagens prontas para transportar para a China mais de 5.000 quilos de enguias-de-vidro.
Este pequeno animal, que também é conhecido pelo nome de enguia-bebé ou meixão, como é conhecido em Portugal, tem cerca de oito centímetros de comprimento e calcula-se que o lucro por cada quilo exportado pode ir até os 7.500 euros.
O anúncio do desmantelamento da rede foi feito pela Guardia Civil, numa conferência de imprensa onde, segundo a agência espanhola Efe, estavam também representantes da Europol (polícia europeia), que coordenou a operação, e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) de Portugal.
Segundo foi explicado, a intervenção da polícia espanhola obrigou o grupo a montar uma base provisória no Porto, tendo vários envios sido interceptados nos aeroportos desta cidade e ainda de Lisboa e de Faro.
As enguias são muito apreciadas na Ásia e em particular na China, Hong-Kong e Coreia do Sul.
Depois de operações realizadas pela polícia portuguesa, a rede transferiu novamente a sua actividade de preparação dos envios para Algeciras (sul de Espanha), tendo a polícia espanhola decidido intervir depois da apreensão de 65 quilos de meixão em Tarifa e de 129 quilos que estavam a ser transferido para Marrocos num camião.
Segundo dados de várias entidades, saem por ano de forma ilegal da Europa cerca de 100 toneladas de enguias-de-vidro.