Os portugueses colocam nos ecopontos embalagens usadas equivalentes ao peso de 12 elefantes, por hora, evitando que sejam depositadas em aterro, sendo antes recicladas, segundo a Sociedade Ponto Verde (SPV).
“Graças a esse empenho e ao acto de separar as embalagens usadas em casa, encaminhando-as para reciclagem, [os portugueses] tornam possível que, a cada hora que passa, uma quantidade de resíduos, equivalente ao peso de 12 elefantes, seja desviada de aterro”, refere à Lusa a SPV, uma das três entidades gestoras deste tipo de resíduos.
Para marcar o Dia Internacional da Reciclagem, que se assinala quinta-feira, a SVP realça o “gesto simples” de colocar as embalagens de plástico, vidro e papel no local adequado, o primeiro passo para encaminhar o lixo para o tratamento correto e posterior reaproveitamento como matéria-prima.
Este é o princípio da economia circular, cuja concretização é uma prioridade do Ministério do Ambiente.
A economia circular baseia-se na redução do uso dos materiais primários e na aposta na reciclagem e reutilização de produtos, ao contrário da actual economia linear, em que são extraídos recursos à natureza, usados e deitados fora.
Segundo um exemplo da SPV, cada 100 toneladas de plástico reciclado evitam a extracção de uma tonelada de petróleo.
No balanço de 20 anos de actividade, refere que já foram reciclados 7,5 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, equivalente ao peso de três pontes Vasco da Gama, em resultado dos sete em cada dez lares que já fazem a separação das embalagens.
Portugal tem mais de 43 mil ecopontos, 71% dos portugueses fazem diariamente separação de embalagens e a SPV investiu mais de 50 milhões de euros em comunicação e sensibilização, um milhão de euros em responsabilidade social e dois milhões em investigação e desenvolvimento, segundo os dados da entidade.
Actualmente, a meta de reciclagem é de 44%, mas vai aumentar para 65% até 2030 e 70% em 2015.
As medidas para prevenção dos resíduos, concepção ecológica de produtos e reutilização são algumas das alternativas que podem resultar em poupanças de cerca de 600 mil milhões de euros nas empresas europeias, ou seja, cerca de 8% do total do seu volume de negócios anual, na criação de 170 mil empregos directos no sector e na redução de 2% a 4% das emissões de gases de efeito de estufa.