Uma equipa da Universidade do Minho concluiu que a extracção da enzima phospholipase D (PLD) poderá ter um “efeito protector” nos doentes de Alzheimer, prolongando o tempo de vida e melhorando alguns dos sintomas, anunciou hoje a instituição.Em comunicado enviado à Lusa, a Universidade do Minho (UMinho) explica que o trabalho conduzido pelos investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) Francisca Vaz Bravo e Tiago Gil Oliveira é um “primeiro passo para perceber os efeitos que a ablação [extracção] da PLD pode ter no controlo ou reversão de fenótipos patológicos”.
O texto refere ainda que este foi também o primeiro trabalho em Caenorhabditis elegans (um nemátodo, um tipo de minhoca, que tem tido um importante papel no avanço da investigação fundamental) utilizado para investigação científica que estudou a ablação da PLD.
“Surgiu a ideia de estudarmos o papel desta enzima num modelo diferente, e foi aqui que pensámos na C. elegans. Aqui nós queríamos estudar fisiologicamente o que acontecia quando tirávamos a PLD num contexto basal, ou seja, num contexto sem doença, explica no comunicado Francisca Vaz Bravo.
A UMinho avança que, “recorrendo ao uso de um modelo genético da doença de Alzheimer, foi observado que a diminuição dos níveis de PLD reduz a suscetibilidade a convulsões induzidas farmacologicamente”.
A importância desta enzima, lê-se, “é destacada por a phospholipase D ser parte do grupo de phospholipases que modulam os lípidos de sinalização do nosso cérebro – que é constituído, em mais de 50%, por lípidos”, daí que, explana o texto “juntamente com estudos anteriores, se associe a desregulação destas vias lipídicas a doenças neurodegenerativas”.
A investigadora refere, no entanto, que “ainda há poucos estudos sobre os lípidos neste tipo de doenças”.
O “próximo objectivo” aponta a instituição minhota, “é tentar perceber por que motivo a retirada da PLD tem um efeito protector, por forma a poder detalhar esta relação”.