Os clientes lesados pelo assalto à dependência do Banco Santander, no centro da cidade de Braga, na noite de São João, vão processar o banco, que não terá garantindo a cobertura dos prejuízos. Os ladrões – detidos no início do mês – levaram mais de 10 milhões de euros depositados em 58 cofres individuais, incluindo dinheiro vivo, jóias, ouro, relógios e documentos.
Segundo o JN, alguns lesados já foram ouvidos pelas autoridades e reconheceram alguns dos objectos apreendidos. O processo contra o banco deverá basear-se no facto de alguns dos clientes considerarem que pode não ter sido precavido um eventual furto, devido às obras a decorrer na agência. O Santander “devia ter avisado os clientes do arranque das obras e proporcionar-lhes a retirada dos cofres para outro local ou tomado medidas excepcionais de segurança”, disse um dos lesados ao mesmo jornal.
Outro cliente garantiu só ter sido avisado do roubo 20 dias depois do mesmo. No cofre teria cerca de 150 mil euros em jóias e relógios, “tudo facturado, documentado e fotografado”.
Um dos problemas da investigação e do processo reside no facto de não haver registos do que é depositado, pois o acesso ao cofre é feito sem a presença de qualquer funcionário. Essa é um dos motivos porque os bancos não se responsabilizam pelos valores depositados em cofres individuais – não conhecem nem o conteúdo, nem o valor dos objectos lá deixados.
Ao JN, o Santander disse “lamentar as consequências para os seus clientes da actuação criminosa de terceiros e continuará a colaborar activamente com as autoridades para um total apuramento das circunstâncias do crime, sendo prematuras quaisquer conclusões sobre esta matéria”.
O banco garantiu ainda que “não deixará de assumir as responsabilidades que sejam devidas na salvaguarda dos interesses dos seus clientes”.
Foto: Rogério Andrade