A Câmara de Vila Verde aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, abertura de um procedimento para contrair um, de cerca de 3,2 milhões de euros, ao Banco Europeu de Investimento (BEI) destinado a financiar a componente nacional de obras apoiadas por fundos europeus. O PS votou a favor, mas critica a existência de “um erro demasiado grosseiro”.
“A Câmara faz contas erradas e apresenta um pedido de empréstimo com mais 600 mil euros do que o necessário. Quando questionada pela oposição não conseguiu justificar o erro. Infelizmente, a gestão da Câmara contínua em roda livre”, criticam os socialistas.
Os vereadores do PS dizem que votaram a favor da proposta porque não são “um entrave” à realização de obras, mas apresentaram uma declaração de voto “a alertar para este erro grosseiro, já que o Tribunal de Contas fiscalizará o mesmo e poderá obrigar a Câmara a corrigi-lo”.
Em comunicado, José Morais, Luís Castro e Cláudia Pinto dizem que “este processo ilustra muito bem a falta de rigor da Câmara na gestão do município”, considerando tratar-se de um erro “demasiado grosseiro”, uma vez que “a Câmara fez as contas tendo em conta o valor da candidatura e não o valor já contratualizado”.
“O município de Vila Verde pretende contrair um empréstimo de 3,2 milhões de euros, quando na realidade as necessidades identificadas não vão ultrapassar os 2,6 milhões de euros! Há no total do empréstimo um valor aproximado de 600 mil euros que não têm justificação! A pergunta que se impõe é: porque foi apresentado um empréstimo de 3,2 milhões de euros e não com o valor de 2,6 milhões de euros?”, questionam.
Para os socialistas, “este executivo não consegue sair de uma gestão que passa pelo endividamento” e “que mantém os vilaverdenses em permanente situação de letargia, não permitindo avançar para investimentos necessários e que permitiriam dar o salto efectivo no sentido do desenvolvimento do concelho e melhoria da qualidade de vida”.
Segundo os vereadores do PS, “a diferença de valor entre o real das obras e o valor do empréstimo” será a razão pelo qual tais esclarecimentos não foram facultados, uma atitude que “veementemente” censuram e lamentam.
Ricardo Reis Costa (CP 10478)