O PCP quer que o Governo explique como e porque voltou atrás nas intenções que tinha de controlar o SIRESP – Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal, e acabou por ficar com uma posição minoritária de 3%.
O líder parlamentar João Oliveira salientou que a decisão de procurar garantir o controlo accionista do sistema de redes de emergência foi tomada pelo Governo na sequência dos incêndios de Junho do ano passado, tragédias em que houve “falhas clamorosas” nas comunicações precisamente da empresa com que agora o Estado fica ainda mais comprometido, a Altice.
“O Governo deve dar explicações relativamente à forma como isto aconteceu, como é que o contrato permite que tenha acontecido exactamente o oposto do definido como objectivo” pelo Executivo, em que “queria controlar e acaba como accionista minoritário”, apontou o dirigente comunista.
O CDS também já veio criticar o “falhanço” do Governo, por ter andado a “anunciar reiteradamente” durante um ano que iria controlar o SIRESP e afinal não o fez. “Foi o Governo, o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna que disseram que a falta de controlo público do SIRESP comprometia a segurança e que iriam reverter a situação”, afirmou Nuno Magalhães.
Fonte: Público
Este caso é mais um sintoma da “desorientação, descoordenação e trapalhadas sucessivas” da actuação do Governo, tendo Nuno Magalhães citado também o das chamadas de emergência encaminhadas para um telefone erradp, que pertence a0, que pertence a uma empresa de vidros, como aconteceu nesta quinta-feira nos distritos de Beja e Faro com a estreia do sistema de alerta da população por SMS.
Em comunicado conjunto das Finanças e da Administração Interna, o Governo anunciou na quarta-feira ao fim da tarde que apesar de só ter conseguido ficar com 33% do capital da sociedade, o Estado vai passar a indicar dois membros do conselho de administração, um dos quais o presidente, e dois dos três membros da comissão executiva.
O Governo assumiu a parte da Galilei (antiga Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN), mas não conseguiu comprar as participações da Esegur (12%) e da Datacomp (9,55%) porque a Altice (antiga PT) exerceu o direito de preferência sobre os dois negócios e aumentou a sua quota para 52,1% do SIRESP.
Em Outubro do ano passado, uma semana depois dos segundos incêndios que assolaram a região centro e voltaram a provocar mais de meia centena de vítimas mortais, o ministro da Administração Interna anunciou que o Estado pretendia ficar com uma quota de 54% do SIRESP e, assim, controlar o sistema de redes de emergência.
Fonte: Público