Quase metade dos homens e mulheres portugueses (40%) tem problemas sexuais: eles sofrem mais de ejaculação precoce e elas têm baixo desejo sexual. No Dia Mundial da Saúde Sexual, que se comemora esta terça-feira, especialistas defendem mais consultas para todo o país.
As conclusões são de dois estudos feitos por Pedro Nobre, presidente da Associação Mundial de Saúde Sexual (WAS) e pelas investigadoras Ana Gomes e Manuela Peixoto, todos do Sexlab, na Universidade do Porto, escreve esta terça-feira o jornal Público.
A solução, segundo os especialistas, passa pela “promoção da saúde sexual”, o que pode passar pelo alargamento das consultas especializadas de sexologia clínica no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“É preciso alargar as consultas especializadas que se centralizam nos grandes centros urbanos”, defende Patrícia Pascoal, presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC).
Em todo o país funcionam nos hospitais Garcia de Orta, em Almada, de Santa Maria (Serviço de Psiquiatria), em Lisboa, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. No Porto há consultas no São João e Santo António, e no Hospital Magalhães Lemos.
“Muitas pessoas não sabem onde procurar ajuda”, alerta o investigador Pedro Nobre citado pelo referido jornal. “A saúde sexual é fundamental para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas, tanto físico como mental”, conclui.
Num dos estudos dos investigadores da Universidade de Coimbra, 25,4% das mulheres queixavam-se de baixo desejo sexual na maioria das vezes ou sempre.
Seguiam-se as dificuldades de ter um orgasmo (16,8%), de excitação sexual (15,1%) e de lubrificação (12,9%). Quase um décimo (9,8%) das mulheres relataram sofrer de dispareunia/dor sexual e outras 6,6% de vaginismo