Um em cada quatro alunos do 7.º ao 12.º ano apresenta sintomas de depressão, com especial incidência nas raparigas, revelou esta quarta-feira, o estudo conduzido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
Para a recolha de dados decorreu durante o ano lectivo 2017/2018 e contou-se com cerca de 6.900 alunos, dos quais 6.100 foram avaliados, revelou o coordenador José Carlos Santos, enfermeiro especialista em saúde mental, à agência Lusa.
“Há cerca de 26% de adolescentes que tem sintomatologia depressiva, desde leve a moderada e grave, e destes, 600 (cerca de 40%) estão em risco mais elevado de terem comportamentos auto lesivos”, disse o responsável.
O estudo que foi feito no âmbito do programa ‘+Contigo’ tem vindo a crescer de forma progressiva ao longo dos anos, abrangendo escolas das regiões Centro e Sul, Algarve e Açores, mas o objectivo, segundo o responsável, é de expandir até à região Norte.
De acordo com José Carlos Santos, “há mais vulnerabilidade nas raparigas no que toca à saúde mental, comparativamente com os rapazes, e há mais vulnerabilidade no ensino secundário do que no terceiro ciclo”.
Carlos Santos revela que comparativamente aos anos anteriores não há uma melhoria, mas que há alguma estabilidade em termos de números” no entanto, acrescentou que “do ponto de vista da saúde mental não podemos dizer que os indicadores estão melhores, mas sim que houve alguma estabilidade com ligeiro agravamento da sintomatologia depressiva”.