O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, revelou esta quinta-feira no Porto que a greve dos docentes do Norte do país teve uma adesão “superior a 80%” e fechou “centenas de escolas”.
“Temos uma greve que supera os 80% de adesão, com inúmeras escolas fechadas a Norte. Calculamos que, nestes quatro dias de greve, a média se situa entre os 75% e os 80%. Portanto, foi uma grande greve”, resumiu Mário Nogueira em declarações aos jornalistas na Praça da Liberdade, relativamente à greve desta quinta-feira nos distritos de Braga, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança e ao protesto iniciado pelos docentes na segunda-feira noutras regiões.
Mário Nogueira acusou o Governo de ser “um fora-da-lei” na contagem do tempo de serviço dos docentes, por “não cumprir a lei do Orçamento do Estado deste ano” e apelou “às competências fiscalizadoras” da Assembleia da República para “obrigar” o Governo respeitar a legislação.
Mário Nogueira assegurou que os docentes não desistem de que sejam contabilizados os “seis anos de tempo de serviço que o Governo quer eliminar”, e admite voltar à greve.
Os professores cumprem o quarto dia de greve, concentrando os protestos nos distritos, para exigir que nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho sejam contabilizados na progressão de carreira.
A greve foi convocada por 10 estruturas sindicais de professores e começou na segunda-feira, afectando sobretudo as escolas dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, e na terça-feira os distritos Portalegre, Évora, Beja e Faro.
Na quarta-feira, o protesto realizou-se Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco.
Os motivos da greve prendem-se não apenas com a recuperação integral do tempo de serviço, mas também com a necessidade de resolver a questão da aposentação, da sobrecarga horária e da precariedade