“Não toleraremos que se repita o uso das Forças Armadas ao serviço de interesses pessoais ou de grupo, de jogos de poder, enquanto soldados se batiam como hoje se batem todos os dias no centro de África, no norte, leste e sul da Europa, no Golfo da Guiné, pela pátria e pela humanidade”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava na cerimónia militar que assinala os cem anos do armistício da I Guerra Mundial, a 11 de Novembro de 1918, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Depois de depositar uma coroa de flores no monumento aos combatentes da Grande Guerra, o chefe do Estado invocou os que “combateram pela compreensão contra o ódio”, por uma “Europa aberta contra uma Europa fechada” e disse que há uma lição de há cem anos para aprender.
“Esses heróis nos convocam a aprender a lição de há cem anos. Não toleraremos que se repita a sangrenta divisão da Europa. Não toleraremos que se repita o perder-se a paz ganha com tantas mortes às mortes de aventureiros criadores de novas guerras”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “hoje mais do que nunca” é necessário “afirmar os valores” que identificam Portugal “como nação na relação fraterna com as nações aliadas e amigas”, o primeiro dos quais “é a dignidade da pessoa humana”.
“Hoje mais do que nunca, queremos celebrar as nossas Forças Armadas. Sem vós, militares de Portugal, sem o vosso prestígio, sem o respeito e a admiração pela vossa missão insubstituível, não há liberdade, nem segurança, nem democracia, nem paz, que possam vingar. Quem, dentro ou fora de vós, isto não entender, não entendeu nada do passado, do presente, nem do futuro de Portugal”, afirmou.
Além do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, marcam presença os ex-presidentes da República António Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, segundo o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
Fonte: TSF