Um conjunto de géis inovadores, com “elevada capacidade de remediação de ambientes contaminados com hidrocarbonetos de petróleo”, foram desenvolvidos por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi esta quarta-feira anunciado.
Os novos géis foram criados e já testados por uma equipa de especialistas do Centro de Química da FCTUC, no âmbito de um projecto “focado no desenvolvimento de uma solução inovadora e de baixo custo para recuperação de ambientes contaminados com compostos (hidrocarbonetos) provenientes do petróleo”, afirma aquela faculdade.
O projecto foi conduzido pelo investigador Cesar Cavalcante Filho, no contexto do seu doutoramento em química macromolecular, supervisionado por Artur Valente, do Departamento de Química da FCTUC.
O investigador explica que optou por desenvolver um sistema polimérico constituído por géis, porque “são sistemas de baixo custo, baseados em constituintes naturais, entre os quais quitosano (obtido da carapaça de crustáceos) e pectina (obtida da casca de algumas frutas)”. Trata-se de “géis promissores, desenvolvidos pela primeira vez neste trabalho e preparados através de metodologias simples”, sublinha Cesar Cavalcante Filho, citado pela FCTUC.
PERIGOS
Como os hidrocarbonetos de petróleo podem ter efeitos adversos na saúde humana e afetcam o ecossistema, a equipa de investigação procurou “uma solução inovadora, de baixo custo e alternativa” aos métodos “actualmente utilizados na recuperação de ambientes contaminados com compostos derivados do petróleo”, refere o investigador. “Pretende-se a remoção eficaz de hidrocarbonetos do ambiente, quando ocorrem derrames de petróleo”, sublinha.
Da bateria de testes realizados em amostras que mimetizam soluções reais baseadas em petróleo, “os resultados obtidos são promissores e indicativos para a aplicação destes géis no meio ambiente”.
Os géis apresentaram “elevada capacidade de remoção dos hidrocarbonetos de petróleo”, refere Cesar Cavalcante Filho, destacando, no entanto, que é necessário fazer “mais estudos para que estes materiais possam ser utilizados em condições ambientais complexas”.
“Os resultados alcançados permitem prever as potencialidades dos géis sintetizados em aplicações ambientais reais, mas ainda há muito trabalho a fazer para que um produto
A investigação foi financiada pela agência brasileira CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), através do Programa Ciência sem Fronteiras, e pelo Centro de Química da Universidade de Coimbra.