O vereador do PS José Morais considera que “não é razoável que, perante o descontentamento generalizado dos vilaverdenses, o presidente de Câmara os acuse de motivações políticas”, a propósito da construção de lombas em Vila Verde.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a que juntou um vídeo [publicado no final do texto], o líder socialista refere que “a contestação tem razão de ser” e que manifestou “construtivamente” as suas preocupações em reunião de Câmara, não o fazendo publicamente.
“Mas, hoje, perante as actuais declarações públicas do presidente de Câmara, sou obrigado a quebrar o silêncio a que tinha decido remeter-me sobre o assunto”, aponta.
Segundo José Morais, António Vilela disse “duas coisas espantosas”: “que a contestação à forma como estão feitas as lombas em Vila Verde terá motivações políticas” e “que a construção das lombas até permite uma melhor fluidez do trânsito”.
Para o vereador socialista, tais declarações “não têm nenhuma correspondência com a realidade”.
“Por um lado, é inaceitável que o presidente de Câmara acuse os vilaverdenses que se têm manifestado, contra a forma como estão construídas as lombas, de terem motivações políticas. Ele sabe que nenhum responsável político se pronunciou sobre o assunto”, realça.
E acrescenta que “as manifestações de descontentamento são genuínas e resultam do desconforto inegável na circulação do trânsito em Vila Verde. A posição do presidente de câmara é a de quem não aceita a diversidade de opiniões e o direito à contestação”.
Por outro lado, segundo José Morais, “é demasiado evidente que, ao contrário do que diz o presidente de Câmara, as lombas em nada melhoram a fluidez do trânsito”.
“O presidente de Câmara devia ouvir os argumentos dos muitos que contestam. Não deve continuar a fazer como a avestruz, escondendo a cabeça debaixo da areia para não enfrentar o problema. Um líder, como se espera que seja o presidente de Câmara, deve encarar os problemas de frente e assumir as suas responsabilidades”, aponta.
Segundo Morais, “não é razoável que, perante o descontentamento generalizado dos vilaverdenses, o presidente de câmara os acuse de motivações políticas”.
“Se ouvisse os cidadãos, se falasse com os que já tiveram problemas com os seus carros, perceberia que o descontentamento é dos vilaverdenses e não dos partidos políticos. Talvez, assim, pudesse repensar muitas das opções que tomou, corrigindo os muitos erros da requalificação em marcha”, remata.
VILELA FALOU EM “MOTIVAÇÕES POLÍTICAS”
Recorde-se que esta quarta-feira, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, explicou a construção das lombas, dizendo que “foram feitas de tal forma que não provocam qualquer constrangimento” à circulação rodoviária, «antes pelo contrário, até contribuem para uma maior fluidez».
Sobre a contestação que tem existido, afirmou que é algo que “acontece sempre em qualquer local em que a medida é implementada”, fazendo também referência a uma eventual existência de “motivações políticas”.
“Os que no passado se queixavam de falta de segurança nas nossas estradas são os mesmos que agora se queixam das passadeiras, esquecendo-se de fazer contas às muitas pessoas que já morreram atropeladas em Vila Verde”, apontou.