Depois de o presidente russo ter dito, na semana passada, no parlamento russo que o confronto com os Estados Unidos a propósito do acordo sobre forças nucleares de alcance intermédio (INF) pode dar lugar a uma grave crise internacional, a televisão estatal russa divulgou este domingo uma peça sobre os principais alvos norte-americanos a atingir numa hipotética guerra nuclear.
Instalações militares norte-americanas, mas também o Pentágono e o retiro presidencial em Camp David, Maryland, faziam parte da lista, que deixou os comentadores intrigados: a peça é incomum mesmo para os padrões belicosos da TV estatal russa, escrevia a agência Reuters sobre a matéria.
Putin disse na altura – numa espécie de discurso sobre e estado da Nação – que Moscovo estava militarmente pronta para uma crise nuclear, se se desse o caso de os Estados Unidos insistirem em instalar novas ogivas nos países aliados europeus. Se isso suceder, disse Putin, a Rússia seria forçada a responder colocando mísseis nucleares hipersónicos em submarinos perto das águas dos Estados Unidos.
Na transmissão da TV russa, Dmitry Kiselyov, apresentador do programa semanal ‘Vesti Nedeli’, mostrou um mapa dos Estados Unidos e identificou vários alvos que Moscovo poderia atingir no caso de uma guerra nuclear.
Os alvos, que Kiselyov descreveu como ligados ao governo norte-americano ou centros de comando militar, também incluíam Fort Ritchie, um centro de treino militar em Maryland fechado em 1998, McClellan, uma base da Força Aérea dos EUA na Califórnia fechada em 2001, e Jim Creek, uma base de comunicações navais no Estado de Washington.
Kiselyov, que segundo a Reuters é próximo do Kremlin, disse que o míssil hipersónico ‘Tsirkon’ poderia atingir os alvos em menos de cinco minutos se lançado de submarinos russos.