O Governo francês prepara uma redução significativa de impostos, para responder aos protestos do movimento “coletes amarelos”, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro, Edouard Philippe.
O primeiro-ministro apresentou as principais linhas políticas que o Governo assumirá como resultado de um “grande debate nacional” lançado em resposta ao descontentamento ilustrado pelos três meses de protestos dos “coletes amarelos”.
“O debate indica claramente a direcção: temos de cortar impostos e cortá-los rapidamente”, afirmou Edouard Philippe, reservando mais pormenores sobre o plano político para a declaração que o Presidente francês, Emmanuel Macron, fará na próxima semana.
O primeiro-ministro detectou ainda outras preocupações da população francesa, a que o seu governo deverá dar solução, nomeadamente a procura por mais e melhores serviços públicos, por mais participação nas decisões políticas e por mais medidas para lidar com as mudanças climáticas sem aumento de impostos.
Segundo o Governo francês, mais de um milhão e meio de pessoas participou nesse debate nacional, distribuídas por mais de dez mil reuniões ao longo de toda a França, para procurar respostas ao movimento de contestação dos “coletes amarelos”.
O movimento dos “coletes amarelos” surgiu em Novembro de 2018, inicialmente para contestar um aumento da taxa sobre combustíveis, mas rapidamente tornando-se numa revolta ampla contra a política de Emmanuel Macron, com manifestações violentas em ao longo de três meses em várias das principais cidades francesas.
Edouard Philippe não incluiu na resposta do governo francês duas das medidas reivindicadas pelos “coletes amarelos”: a reintrodução do imposto sobre a riqueza e a implementação de um sistema de proposição de leis pelos cidadãos.
Mas, de acordo com o plano de propostas anunciado esta segunda-feira, o Governo francês irá propor o abandono da taxa adicional sobre os combustíveis e do imposto para os reformados, bem como a inclusão de um bónus mensal de 100 euros para os trabalhadores com o salário mínimo, num pacote financeiro que deverá atingir os 10 mil milhões de euros.
A oposição a Macron já condenou este anúncio de medidas em época de pré-campanha para as eleições para o Parlamento Europeu.
Fonte: TSF