Estado Islâmico reivindicou os atentados no Sri Lanka, confirmando que foram acções levadas a cabo por “combatentes” do ISIS. Dois irmãos que estavam entre os bombistas suicidas dos ataques no Sri Lanka tiveram um papel fundamental nos atentados de domingo na ilha, que mataram mais de 320 pessoas e deixaram 500 feridos.
As autoridades cingalesas atribuíram os ataques ao movimento islâmico local National Thowheeth Jama’ath (NTJ) e estão a investigar se este recebeu apoio logístico internacional.
O NTJ, no entanto, não reivindicou os ataques, ao contrário do grupo extremista Estado Islâmico, que assumiu a autoria dos atentados, referindo que foram resultantes da acção dos “combatentes do EI”.
Os dois irmãos, com idades entre 20 e 30 anos, cujos nomes não foram revelados, eram filhos de um rico comerciante de especiarias.
Segundo a polícia cingalesa, esses suspeitos, que morreram nos ataques, lideravam uma “célula terrorista” familiar e desempenhavam um papel fundamental no NTJ.
No entanto, os investigadores ainda não sabem se os ataques foram organizados por essa única “célula”, ou por equipas separadas, mas coordenadas. Não se sabe ainda se esses irmãos estavam em contacto com outros bombistas suicidas.
No sábado, os irmãos hospedaram-se, separadamente, nos luxuosos hotéis Cinnamon Grand e Shangri-La, localizados de frente para o mar em Colombo, e fizeram-se explodir nos respectivos hotéis na manhã seguinte, durante o pequeno almoço, mais ou menos no mesmo momento.
Um outro atentado suicida contra um quarto hotel de luxo em Colombo fracassou no domingo, disseram fontes policiais à agência de notícias francesa AFP.
O homem que planeava cometer esse atentado suicida hospedou-se no dia anterior, mas quando foi tomar o pequeno almoço na manhã do domingo, a sua mochila cheia de explosivos não explodiu por algum motivo.
“Quando a explosão do Shangri-La aconteceu, este homem saiu apressadamente do hotel (…) e pistas levaram a um motel nos arredores de Colombo”, disse um oficial da polícia, que pediu anonimato.
Cercado por forças de segurança no início da tarde de domingo, no subúrbio ao sul de Dehiwala, o suspeito fez-se explodir, matando dois transeuntes.
“Pelo que vimos nas imagens de vigilância, todos os bombistas suicidas usavam mochilas muito pesadas e parecem ser dispositivos feitos localmente”, disse a fonte policial.
A polícia deteve até agora 40 pessoas em conexão com os ataques de domingo.
Quando as forças especiais foram investigar, uma das mulheres dos irmãos detonou explosivos, matando-se com dois filhos”, disse um responsável da polícia. Três agentes da polícia também morreram na explosão.
“É uma célula terrorista operada por uma família. (Os irmãos) tinham o dinheiro e a motivação, eles administravam a célula e deveriam influenciar o resto da família”, declarou outra fonte policial.
Vários membros desta família estão actualmente nas mãos da polícia.
“Parece que foram inspirados por grupos terroristas estrangeiros, mas se tinham ligações directas, ainda não está claro”, indicou ainda a fonte.
O líder do grupo National Thowfeek Jama’ath começou há três anos a publicar mensagens de ódio na internet, nomeadamente contra os não-muçulmanos.
Alternadamente conhecido como Mohammed Zahran ou Zahran Hashmi, tornou-se conhecido dos líderes muçulmanos pelos seus discursos incendiários online.
Os líderes muçulmanos disseram que as suas repetidas advertências sobre o grupo e o seu líder não provocaram nenhuma reação visível de autoridades responsáveis pela segurança pública no Sri Lanka.
A capital do país, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis e uma igreja.
Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país.
Fonte: TSF