Aumentou, desde o início do ano, o número de portugueses sem médico de família. No final de 2018 o número rondava os 690 mil, atingindo, já em maio deste ano, segundo números adiantados à TSF pelo Ministério da Saúde, os 750 mil.
Neste Dia Mundial do Médico de Família, o Governo garante, no entanto, que até ao final da actual legislatura, daqui a poucos meses, se irá atingir o número mais baixo de utentes sem médico de família recorrendo à contratação de jovens médicos, à contratação de médicos reformados e à abertura de mais Unidades de Saúde Familiar.
Recorde-se que já em Março Marta Temido admitiu que o Executivo deveria falhar a meta anunciada de dar médico de família a todos os utentes até ao final da legislatura.
APOSENTAÇÕES
Sobre o recente aumento de utentes sem médico de família fonte da saúde adianta à TSF que pode estar relacionado com as aposentações de clínicos e com um período de transição pois os novos médicos que chegam demoram algum tempo a ‘absorver’ nas suas novas listas os utentes que ficaram sem médico de família.
Uma das metas do Governo passa aliás por contratar mais médicos aposentados (neste momento já estão ao serviço 251).
Na última quinta-feira foi ainda aberto um concurso com o maior contingente de sempre de médicos de família: 398.
CENÁRIO NO NORTE “MAIS FAVORÁVEL”
As zonas com mais carências ficam em Lisboa e Vale do Tejo onde existem menores taxas de cobertura de médicos de família, nomeadamente os agrupamentos de centros de saúde da Amadora (71,3%), Arrábida (em Setúbal, 72,3%), Sintra (75,8%) e Arco Ribeirinho (na Margem Sul, 76,9%).
No topo da falta de médicos de família destaque ainda para o Algarve, nomeadamente os centros de saúde do Barlavento (74,9%), e para o Alentejo Litoral (74,9%).
A Norte o cenário é bem mais favorável com vários agrupamentos com percentagens acima dos 99,5% de cobertura (Aveiro Norte, Alto Ave, Santo Tirso/Trofa e Póvoa do Varzim/Vila do Conde), havendo mesmo um caso, Vale do Sousa Norte, que chega aos 100% e onde todos têm médico de família.