A Universidade do Minho – através da Biblioteca Pública de Braga (BPB), dos Serviços de Documentação, do Centro de Estudos Humanísticos e da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (BLCS) – está a promover várias iniciativas em Braga sobre o escritor, médico e pintor Fernando Namora, assinalando os 100 anos do seu nascimento.
A Reitoria adiantou que, a BPB, situada na Praça do Município, apresenta até 14 de Junho uma exposição documental e bibliográfica sobre este vulto da cultura contemporânea portuguesa, com dois painéis alusivos à sua obra e uma centena de publicações do próprio espólio da BPB. Na mostra, podem ver-se obras dirigidas, organizadas e prefaciadas por Fernando Namora, colaborações suas em edições periódicas de medicina, além de ensaios, teses, biografias, artigos, entrevistas e homenagens relativas ao escritor. A mostra insere-se no ciclo “Efemérides” da BPB e tem entrada livre nos dias úteis, das 9h00-12h30 e 14h00-17h30.
MESA REDONDA
Entretanto, esta quinta-feira, dia 23, a BLCS acolhe às 21h30 uma mesa redonda com o presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, o escritor Fernando Batista e as professoras Isabel Cristina Mateus (Instituto de Letras e Ciências Humanas da UMinho) e Cecília Leão (Escola de Medicina da UMinho). No rés-do-chão da BLCS estão também até 31 de maio as exposições “Rota dos Cem”, com excertos de obras de Namora, e “Nave de Pedra”, com painéis sobre imagens e textos do escritor, que foi exibida em Abril no espaço B-Lounge do campus de Gualtar e tem o apoio da Casa Museu Fernando Namora.
Fernando Namora nasceu em 1919, em Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra, e faleceu em 1989, em Lisboa. Licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra e foi médico na sua terra natal, na Beira Baixa e no Alentejo, até se fixar no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa. Nas cinco décadas da sua extensa produção literária reflectem-se aquelas vivências rurais e citadinas e a evolução da vida portuguesa.
Conhecido como romancista e autor de “Retalhos da vida de um médico”, arriscou ainda poesia, conto, novela, biografia e as narrativas “Cadernos de um escritor”. Nos anos 70 e 80 teve impacto em diversas latitudes, línguas e continentes. Recebeu vários prémios, sendo proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências e pelo PEN Clube. A sua obra foi também adaptada para televisão e cinema, mas Namora é hoje algo esquecido, o que o levou nesta data a UMinho a desafiar os cidadãos a redescobri-lo.
Luís Moreira (CP 8078)