O presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, recusou esta sexta-feira perante o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) a prática dos crimes que levaram à sua detenção no âmbito da operação ‘Teia’, disse o seu advogado.
O testemunho “correu bem” e o autarca “está a destruir pedra sobre pedra, as suspeitas que sobre ele impendem”, disse o seu advogado, Nuno Cerejeira Namora, citado pela Lusa.
O autarca socialista de Barcelos e um dos cinco vice-presidentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses foi o primeiro dos quatro arguidos do processo a ser chamado a depor perante o juiz de instrução Artur Guimarães, a fim de lhe serem fixadas as medidas de coação.
Nas suas declarações, Nuno Cerejeira Namora garantiu que rasga a sua cédula profissional de advogado se o presidente da Câmara de Barcelos for condenado no âmbito deste processo.
“Se ele apanhar alguma condenação, eu rasgo a minha cédula profissional”, disse Cerejeira Namora, a respeito do seu cliente, ao mesmo tempo que exibia aquele título perante as câmaras de televisão.
O causídico disse que “é para rir” a imputação feita ao seu cliente de que celebrou em 2009 um contrato com a agência de comunicação da coarguida Manuela Couto para supostamente obter um favor 10 anos depois, e que se traduzia no fornecimento de um contacto do secretário de Estado da Internacionalização.
Depois de se saber que todos os arguidos manifestaram intenção de falar ao TIC, Nuno Cerejeira Namora admitiu que os interrogatórios se prolonguem pelo menos até sábado.