“Estou inocente. Completamente inocente”. O presidente da Câmara de Barcelos visado no âmbito da Operação Teia nega ter favorecido a empresa de Manuela Couto, mulher do presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso. Miguel Costa Gomes esta em prisão domiciliária.
Em entrevista, esta quarta-feira, à RTP, Miguel Costa Gomes justifica que apenas optou por fazer ajustes directos com a empresa da mulher de Joaquim Couto porque mantinha com o casal “uma relação de confiança, de trabalho”.
Em causa, argumenta, está a “qualidade do trabalho que é prestado”. Tratando-se de um serviço de comunicação política e marketing, não poderia “contratar a empresa de um opositor político”, diz.
“Nunca o Joaquim Couto me falou numa coisa dessas”, assegura o autarca socialista quando questionado se o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso alguma vez o interpelou directamente para contratar a empresa da mulher.
Indiciado dos crimes de corrupção passiva e de prevaricação, Miguel Costa Gomes está em prisão domiciliária e impedido de contactar funcionários da autarquia, mas não suspendeu nem renunciou ao mandato, continuando assim em funções.
“É evidente que, se por alguma razão eu não puder exercer o cargo em nenhuma circunstância, com certeza ponderarei seriamente a rescisão do mandato”, admite.
O PCP local e o movimento independente Barcelos, Terras de Futuro já pediram a demissão de Costa Gomes , tendo o Bloco de Esquerda sugerido mesmo a realização de eleições intercalares. Já o PS expressou solidariedade ao presidente da Câmara e manifestou-se convicto de que o autarca “provará a sua inocência”.
FG (CP 1200) com RTP e TSF