A polícia não conseguiu conter a raiva dos manifestantes, que após várias horas, conseguiram entrar na sede do Conselho Legislativo de Hong Kong. Há vidros, portas e quadros partidos e já foi activado o “alerta vermelho”.
Após várias horas de protesto, os manifestantes entraram esta segunda-feira na sede do Conselho Legislativo de Hong Kong. Num dia marcado por mais um grande protesto, semelhante aos que se realizaram nas últimas semanas, os manifestantes partiram vidros, pintaram paredes e destruíram quadros.
A polícia de Hong Kong anunciou que se prepara para retirar à força os manifestantes pró-democracia. Já o Governo da cidade considera que os manifestantes agiram com “extrema violência”.
“Os manifestantes radicais entraram em força e com extrema violência no complexo do Conselhos Legislativo”, disse o Governo de Hong Kong, em comunicado, descrevendo a actuação dos manifestantes como “inaceitável pela sociedade”.
A polícia de Hong Kong já anunciou, também em comunicado, que se prepara para reaver o controlo do edifício do Parlamento, usando a “força apropriada” e num curto espaço de tempo, pedindo aos manifestantes para abandonarem a área.
“Dentro de pouco tempo, a polícia dirigir-se-á ao edifício do Conselho Legislativo. Em caso de obstrução ou se houver oposição, a polícia utilizará a força apropriada”, disse um porta-voz das autoridades policiais, divulgado na rede social Facebook.
PROTESTOS CONTRA PEQUIM
Milhares de pessoas estão concentradas nas ruas da região administrativa especial chinesa para a marcha anual em prol da democracia, que este ano é também uma marcha contra as controversas emendas à lei de extradição, que permitiria extradições para a China continental.
Esta manhã, pouco antes da tradicional cerimónia do hastear das bandeiras da China e de Hong Kong, a polícia carregou sobre grupos de manifestantes, sobretudo jovens, que tentavam bloquear algumas das principais artérias da cidade.
Em 01 de Julho de 1997, Hong Kong, após 156 anos sob domínio britânico, regressou à soberania chinesa. Tal como em Macau, dois anos depois, o regresso decorreu sob o princípio ‘um país, dois sistemas’, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
Propostas em Fevereiro, as alterações à lei da extradição permitiriam que a chefe do Governo, Carrie Lam, e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
Lam suspendeu o debate da proposta de lei, mas mesmo assim não conseguiu apaziguar os manifestantes.