Mais de 900 crianças continuam separadas das famílias na fronteira entre os Estados Unidos e o México apesar de a Casa Branca ter garantido o fim da medida sobre migração, denunciou esta quarta-feira uma organização de direitos humanos.
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU na sigla em inglês) forneceu documentação ao Tribunal Federal de San Diego, Califórnia, indicando que a administração Trump acusou vários migrantes de delitos menores para manter os filhos separados dos pais.
A ACLU denuncia em concreto 911 casos de crianças separadas dos pais indicando que 20% são bebés ou crianças com idades inferiores aos cinco anos.
Entre vários exemplos, a ACLU menciona a situação de um pai separado de um filho por não ter respondido às questões das autoridades fronteiriças devido a um problema na fala e o caso de um pai que sofre de HIV.
Na primavera, a administração Trump decretou a política de tolerância zero sobre a imigração ilegal que incrementou a separação de famílias na fronteira, medidas que estão a provocar polémica nos Estados Unidos.
A medida foi anunciada pela Casa Branca apesar de em Junho de 2018 um juiz norte-americano ter ordenado a reunião das famílias separadas, excepto nas circunstâncias em que os pais constituem um perigo real para as crianças.
De acordo com a organização de defesa de direitos humanos, apenas uma pequena parte das 900 crianças está realmente em perigo por causa dos pais.
Visto que a situação se prolonga há quase um ano, a organização pediu ao tribunal da Califórnia para clarificar os critérios que estão a ser utilizados para manter um número tão elevado de separações familiares.
Mais de 390 mil famílias foram interceptadas na fronteira sul dos Estados Unidos depois do mês de Outubro do ano passado, de acordo com os dados fornecidos pelas autoridades fronteiriças norte-americanas.