O Presidente da República considera que a greve dos motoristas de matérias perigosas é legítima mas pede ponderação aos sindicatos, temendo que a maioria dos portugueses fique contra eles.
“Não basta que os fins sejam legítimos ou justos, é preciso que os meios não venham prejudicar os fins. Isso obriga a uma ponderação entre aquilo que se quer realizar e os sacrifícios impostos a outros membros da comunidade”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
“Se, de repente, uma parte importante da sociedade sentir-se refém da luta deixa de se identificar com ela, e aqueles que prosseguem fins legítimos e justos passam a ter contra si, não o patronato e, na opinião deles, o Estado, mas eu diria a generalidade dos portugueses, ou um número muito elevado de portugueses”.
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias convocaram uma greve para o dia 12, por tempo indeterminado, e acusaram a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) de não querer cumprir o acordo assinado em Maio, que pôs fim a uma greve que deixou os postos de abastecimento sem combustíveis.