O deputado do Partido Conservador britânico Jo Johnson, irmão do primeiro-ministro Boris Johnson e secretário de Estado das Universidades e da Ciência, que se opõe à chamada “saída dura” (ou sem acordo) do Reino Unido da União Europeia, apresentou esta quinta-feira a demissão dos cargos de deputado e de membro do Governo.
“Foi uma honra representar [o círculo eleitoral de] Orpington durante nove anos e servir como secretário de Estado sob a liderança de três primeiros-ministros. Nas semanas recentes, tenho estado dividido entre a lealdade familiar e o interesse nacional. É uma tensão impossível de resolver e é tempo para outros assumirem os meus lugares enquanto deputado e secretário de Estado”, escreveu Jo Johnson numa mensagem publicada no Twitter.
Jo Johnson, o mais novo dos quatro irmãos Johnson, chegou a fazer campanha contra o Brexit (e, portanto, contra o irmão), mas mudou de ideias — embora continuasse a defender que a saída não poderá acontecer sem um acordo — e em Julho deste ano foi nomeado por Boris para se sentar ao lado dele no Governo.
Antes, tinha passado por governos de David Cameron (como secretário de Estado no gabinete do primeiro-ministro) e de Theresa May, de que se viria a demitir em Janeiro de 2018. Na altura, Boris Johnson elogiou o gesto do irmão, lembrando que os dois tinham discordado relativamente ao Brexit, mas estavam “unidos na indignação” contra o governo de Theresa May.
A decisão de Jo Johnson surge numa das semanas em que a novela do Brexit viveu episódios importantes no Paelamento, com o primeiro-ministro Boris Johnson a perder a maioria parlamentar; com a Câmara dos Comuns a fazer aprovar uma lei para adiar o Brexit até 31 de Janeiro de 2020, que aguarda agora aprovação pela Câmara dos Lordes; e com o parlamento a rejeitar a proposta de Boris Johnson para o país realizar eleições antecipadas.