O presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) classifica como “anedótico” o anúncio do Governo de criação de mais seis camas para todos os estudantes da Universidade do Minho e outras instituições de Ensino Superior nas cidades de Braga e Guimarães.
Em declarações à Rádio Universitário do Minho (RUM), Nuno Reis, acusa o Governo de “irresponsabilidade” e antevê o agravamento do problema do alojamento estudantil nas cidades de Braga e Guimarães.
Nuno Reis afirma que a direcção que continuar a ter “um papel construtivo” nesta matéria, referindo, todavia, que os estudantes vão ter que “tomar medidas para que se consciencialize a comunidade, mas em geral os governantes, que é preciso a implementação de medidas urgentes e não apenas continuar a estabelecer prazos para 2021 e em 2021 passar a estabelecer planos para 2022, porque é isso que tem acontecido sucessivamente”.
“ESTADO DE EMERGÊNCIA”
“Com base no passado recente e num contexto em que, contactadas inúmeras imobiliárias e os próprios serviços de alojamento da AAUM, o aumento médio das rendas no sector privado poderá ascender a mais de 50% nas cidades de Braga e Guimarães e onde a escassez de oferta é mais do que evidente”, refere Nuno Reis.
“É seguro dizer que estamos perante um estado de emergência, para a qual as entidades governativas académicas, locais e nacionais tiveram inúmeros avisos e sugestões”, alerta.
O estudante revelou ainda à RUM que a própria agência imobiliária da AAUM – Place Me – “já praticamente não tem camas para o início do ano lectivo”, quando ainda nem começaram a chegar os pedidos de alunos que vão entrar. “Isto vai chegar a uma situação que eu não quero classificar ainda como caótica, mas que sabendo o que aconteceu no ano passado, vai ser certamente muito complicado lidar com esta situação”, avisa.
“Não é justo que os estudantes continuem a pagar pela falta de planeamento dos governos. Não é justo que se colham louros de situações que deveriam envergonhar uma classe política ineficiente e ineficaz” afirma à RUM.