A polícia de Hong Kong e os manifestantes pró-democracia envolveram-se esta terça feira, em confrontos. No dia em que se celebram 70 anos da fundação da República Popular da China, milhares de manifestantes invadiram as ruas de Hong Kong, onde, a norte, 28 estações de metro tiveram que fechar, e as autoridades suspenderam os autocarros e bloquearam as estradas.
A polícia de Hong Kong acusou os manifestantes de usarem líquido corrosivo na área de Tuen Mun, “ferindo vários polícias e jornalistas”. O comunicado foi feito através do Facebook das autoridades, onde as forças de segurança admitiram ter mandado disparos de aviso.
Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas, sendo que um jovem, de 18 anos, está internado, em estado crítico, no Hospital Princess Margaret, segundo o jornal South China Morning Post.
Também pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos nos últimos dois dias de protestos em Hong Kong, um cenário que levou a emissora pública RTHK a retirar todos os repórteres que estavam a fazer a cobertura no terreno.
O jornal britânico Guardian avança que a polícia de Hong Kong está a disparar balas de borracha, tendo atingido os olhos de um manifestante e um jornalista. Outras fontes, no entanto, reportam que a polícia está a recorrer a fogo real. As forças policiais têm vindo a ser criticadas pela Amnistia internacional por abuso de força.
Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saia de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
A transferência da soberania de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”.
Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial chinesa foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
Redacção com i e Mundo ao Minuto