A polícia do Vaticano apreendeu esta terça-feira documentos e aparelhos electrónicos em alguns gabinetes da secretaria de Estado e da Autoridade de Informação Financeira (AIF). As buscas ocorreram meses depois de o Instituto para as Obras de Religião (IOR) e o seu adjunto terem apresentado denúncias, relativas a transacções financeiras suspeitas realizadas ao longo do tempo.
O L’Espresso publicou a fotografia afixada pela polícia nos portões do Vaticano, onde é possível ver os cinco suspeitos, entre os quais Tommaso Di Ruzza, director da AIF, e monsenhor Mauro Carlino, chefe da documentação da Secretaria de Estado.
Contactada pela Reuters, fonte do Vaticano confirmou a suspensão de quatro funcionários, menos a de Di Ruzza.
Entre 2011 e 2012, de acordo com dados divulgados pela Lusa, foram fechadas mais de duas mil contas “inactivas” no IOR, conhecido como o Banco do Vaticano. A 21 de Maio deste ano, a AIF do Vaticano divulgou o relatório anual relativo a 2018, onde registou 56 operações “suspeitas”, menos 90% do que em 2015 (544).
No ano passado, 11 relatórios foram transmitidos ao promotor de Justiça do Vaticano para investigações suplementares pelas autoridades policiais competentes. Mas só a 10 de Agosto deste ano, o Papa Francisco aprovou os novos estatutos do IOR, introduzindo a figura do “revisor externo”.
Desde 2013, recorde-se, que o Vaticano tem tentado limpar a sua reputação. Porém, no ano passado, um ex-chefe do banco do Vaticano e um advogado italiano foram a julgamento, devido a negócios suspeitos com imóveis.
Fonte: Executive Digest