O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz deste ano, disse esta sexta-feira sentir-se “honrado” e “encantado” e considerou que este foi “um prémio dado à África”.
“Creio que outros líderes em África pensam que é possível trabalhar nos processos de construção da paz no nosso continente”, disse o jovem líder etíope, numa breve conversa por telefone com as instituições do Nobel.
Muitos etíopes já estão a manifestar a sua alegria com a entrega do prémio Nobel da Paz ao primeiro-ministro reformista e alguns até estão a mudar as suas fotos de perfil, nas redes sociais, para a de Abiy Ahmed.
Mesmo aqueles que pressionaram Abiy a fazer mais, elogiam-no agora.
O activista proeminente Jawar Mohammed diz que o prémio é “um reconhecimento merecido, por aquele responsável ter acabado com o impasse sem sentido com a Eritreia” e por encerrar um dos conflitos mais antigos de África.
Mas acrescentou que ainda resta muito trabalho para garantir a “transição pacífica e bem-sucedida da democracia na Etiópia”, alertando que as realizações regionais de Abiy dependem da paz interna de seu país.
Os seus esforços para resolver o conflito fronteiriço com a vizinha Eritreia foram o motivo mais destacado pela porta-voz do Comité Nobel, Berit Reiss-Andersen, para justificar a escolha do laureado.
Durante o discurso de anúncio do Nobel da Paz, a porta-voz defendeu que o Comité acredita que “é agora que os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e precisam de incentivo” e defendeu que este reconhecimento poderá “fortalecer o primeiro-ministro e o seu importante trabalho de paz e reconciliação”.
“O Comité Nobel da Noruega decidiu conceder o Prémio Nobel da Paz de 2019 ao primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali pelos seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional, e em particular pela sua iniciativa decisiva para resolver o conflito fronteiriço com a vizinha Eritreia. O prémio também visa reconhecer todas as partes interessadas que trabalham pela paz e reconciliação na Etiópia e nas regiões leste e nordeste da África”, começou por dizer Berit Reiss-Andersen.
Num ano com 301 candidatos — o quarto valor mais alto de sempre –, a lista de potenciais laureados contava com vários nomes reconhecidos internacionalmente entre as 223 pessoas nomeadas individualmente e as 78 organizações.
As casas de apostas apontavam como favoritos ao Nobel a ambientalista Greta Thunberg, o Papa Francisco, Donald Trump, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Redacção com Observador e sapo24