O PressMinho/O Vilaverdense já o tinha afirmado. O custo do estádio, construído para o Euro 2004, vai nos 175 milhões de euros, mas deverá ultrapassar os 190. Só em juros já foram pagos mais de 24 milhões de
euros.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, apresentou, esta segunda-feira, à vereação as contas da construção e do posterior equipamento do estádio. O autarca disponibilizou um ficheiro informático com os detalhes dos pagamentos já feitos e com os que ainda falta pagar.
O pedido de especificação da ‘factura’ foi feito há alguns meses pelo vereador da CDU, Carlos Almeida, a propósito da anunciada intenção da Câmara de fazer um referendo para saber se os bracarenses querem, ou não, manter o estádio na posse camarária.
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Assim, a verba de 175 milhões foi já atingida, sendo previsível que possa subir para 190 milhões de euros. Isto porque a empresa Soares da Costa/ASSOC (Soares da Costa, Grupo Rodrigues e Névoa, Casais, DST, ABB e duas empresas que ficaram insolventes – Eusébios e J. Gomes) enviou um ofício à autarquia pedindo a abertura de negociações para se chegar ao valor a pagar ao consórcio que o construiu, de acordo com uma sentença condenatória do Tribunal Administrativo Central do Norte.
Os técnicos prevêm que possa ser de dez milhões.
O município havia feito um pedido de aclaração de sentença, mas este foi rejeitado pelo que a acção entra em execução. Em Julho, aquele Tribunal, do Porto, voltou a sentenciar a Câmara de Braga a pagar, “por horas extraordinárias” na obra, uma quantia não-determinada (mais 13 anos de juros) ao consórcio.
Para além desta verba, a Câmara pode ter de pagar mais quatro milhões ao arquitecto Souto Moura, na sequência de uma sentença do Tribunal local, que se encontra em recurso no do Porto. Tem, ainda, de fazer um acerto de contas – que deve somar mais um milhão – resultante de uma primeira sentença, “por custos de estaleiro”, em que se viu obrigada a pagar outros quatro milhões à ASSOC, o que já está a fazer. Ou seja, faltará pagar 15 milhões de sentenças judiciais.
Em Julho e em reunião de Câmara, Rio disse que tal pode levar a uma “situação dramática” se a autarquia tiver de “suportar mais este encargo”.
Luís Moreira (CP8078)