O muro de Berlim caiu há 30 anos. Inaugurado em 1961 para impedir a passagem de cidadãos da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental, o muro caiu 28 anos depois, sob a pressão de milhares de pessoas nas ruas, a 9 de Novembro de 1989, o que levou à reunificação do país.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, compara o momento ao 25 de Abril em Portugal, num testemunho exclusivo à TSF. Naqueles tempos, o agora Chefe de Estado estava a prepara a sua “agregação”, pelo que ia muitas vezes à Alemanha.
“Estive em Berlim naqueles dias e naquelas noites, foram únicos, historicamente só comparáveis ao 25 de Abril para a minha geração, embora tivessem uma repercussão maior a nível mundial”, recorda Marcelo Rebelo de Sousa.
Várias dimensões impressionaram o Presidente da República, na altura com 40 anos. “Em primeiro lugar, o que era a alegria da reunificação de um povo, de uma nação que era a mesma e estava separada por um muro”, recorda.
Em segundo lugar, “a tristeza, o desgosto de haver mortos 20 dias antes, que tinham tentado passar o muro e, por 20 dias morreram”. Mais, “se tivessem esperado 20 dias, não tinham morrido”.
De seguida veio o debate sobre o futuro. Questões sobre “como é que se vai unificar duas moedas – em que uma valia muito mais do que a outra -, como é que se vai por militares a viverem em conjunto e como é que se vai ultrapassar décadas e décadas de separação”.
Apesar dos 30 anos que separam a queda do muro e o momento actual, a Alemanha ainda não sarou por completo. Disso mesmo deu conta Marcelo Rebelo de Sousa, na visita de Estado que fez à Alemanha. “Trinta anos depois, é mais fácil fazer cair os muros do que unir sociedades que estiveram separadas por esses mesmos muros”.
“Ainda hoje, passados estes anos, se sente a diferença de cultura cívica, na visão dos problemas, e até alguma diferença económica e social. A coesão territorial, que também nos preocupa, existe num país rico, poderoso, avançado e espectacular como é a Alemanha”, explica.
Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa quis deixar um pensamento no ar: “Trinta anos depois, é mais fácil fazer cair os muros do que unir sociedades que estiveram separadas por esses mesmos muros”.
Fonte: TSF